ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
SETEMBRO, TERÇA  02    CAMPO GRANDE 36º

Capital

Professor da UFMS condenado por estupro é demitido 9 anos depois

Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos chegou a ser promovido no início de agosto, mas a mudança foi anulada

Por Ana Paula Chuva | 02/09/2025 08:09
Professor da UFMS condenado por estupro é demitido 9 anos depois
Acadêmica segurando cartaz durante protesto pedindo demissão do professor (Foto: Paulo Francis | Arquivo)

A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) publicou a demissão do professor de Biologia Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos nesta terça-feira (2). No entanto, a portaria foi emitida na segunda-feira (1º) e informa que a Comissão do Processo Administrativo Disciplinar seguiu todos os trâmites processuais com supervisão da Corregedoria da instituição e parecer da Advocacia-Geral da União.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Professor da UFMS, condenado por estupro de aluna, é demitido. Luiz Gustavo Rodrigues Oliveira Santos foi denunciado por abusar de uma estudante de 22 anos em 2016. O crime ocorreu em uma festa, onde o professor se aproveitou da vulnerabilidade da vítima, que havia ingerido bebida alcoólica. A demissão foi publicada nesta terça-feira, após conclusão do processo administrativo disciplinar. Condenado a 8 anos de prisão em regime semiaberto e ao pagamento de R$ 30 mil por danos morais, o professor ainda pode recorrer da decisão. Apesar da denúncia em 2016, Luiz Gustavo continuou lecionando por nove anos, sendo afastado apenas em março deste ano após protestos estudantis.

O professor que atuava no Inbio (Instituto de Biologia) da UFMS foi denunciado por estupro contra uma aluna. O crime aconteceu em 2016, durante uma festa em república. Na ocasião, a vítima tinha 22 anos e havia ingerido bebida alcoólica, com isso, Luiz Gustavo aproveitou-se da vulnerabilidade e passou as mãos no corpo da jovem.

A garota foi para o quarto dormir e, segundo a denúncia, foi seguida pelo professor. As amigas da vítima suspeitaram e foram procurar a jovem, mas encontraram o cômodo com a porta fechada. Elas tentaram forçar a entrada, mas Luiz Gustavo destravou a porta e saiu. A vítima estava nua, desorientada e chorando bastante.

Luiz acabou condenado a oito anos de prisão em regime semiaberto pelo crime e também a pagar R$ 30 mil em indenização à vítima por danos morais. Ele ainda pode recorrer, já que a decisão foi em primeira instância.

Denúncia - O autor chegou a procurar a acadêmica no dia seguinte ao crime e pediu que ela tomasse pílula do dia seguinte. Assustada e incentivada pelas amigas, a jovem procurou a direção da UFMS e denunciou o professor. Mas Luiz continuou ministrando aulas por nove anos.

Em março deste ano, ele chegou a ser afastado quando houve protesto de alunas no campus de Campo Grande. No mês de maio, a medida foi prorrogada por mais 60 dias, mas, no início de agosto deste ano, ele foi promovido de Adjunto/4 para Associado/1.

A mudança foi publicada em portaria que não detalhava casos individuais, porém foi registrada durante apuração administrativa aberta pela UFMS. No dia seguinte, a promoção foi anulada e a instituição manteve Luiz Gustavo afastado.

Professor da UFMS condenado por estupro é demitido 9 anos depois
Portaria com a demissão de Luiz Gustavo (Foto: Reprodução)

Protesto - Dois dias após a divulgação da sentença, cerca de 40 estudantes protestaram em frente à Reitoria da UFMS pedindo a exoneração do docente. Com faixas e cartazes, gritaram: “UFMS, vê se escuta, quem estupra não educa” e “Estuprador eu não aceito, cadê a campanha Eu Respeito?”.

Na ocasião, uma ex-aluna de 30 anos, vítima de assédio na época, disse que a decisão judicial “dá um gostinho de justiça, mas ainda há impunidade. Nenhum julgamento paga o que ele fez”.

Outra estudante, de 21 anos, afirmou: “Era aquela coisa de que todo mundo sabia, mas ninguém falava. Hoje estamos aqui para levantar a nossa voz. Existem milhares de denúncias na ouvidoria. É bonito fazer campanhas, mas será que as alunas se sentem seguras em sala de aula?”.

Logo após a promoção, no dia 20 de agosto de 2025, os alunos da universidade fizeram um novo protesto no campus. A gente não vai ficar em silêncio, não iremos ficar quietos aceitando isso. Não temos medo de exigir nossos direitos”, disse a estudante Rebeca Garcia, 22 anos, durante o protesto.

Entre os gritos entoados no ato estavam: “UFMS, vê se escuta: quem estupra não educa”, “demissão é pra já, estuprador não merece lecionar” e “se tem abuso, tem resistência. Estudantes contra a violência.”

Professor da UFMS condenado por estupro é demitido 9 anos depois
Acadêmicos segurando cartazes durante manifestação em agosto de 2025 (Foto: Henrique Kawaminami)

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.