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Capital

Quase duas décadas após construtora falir, prédio vira moradia de sem-teto

Christiane Reis | 15/02/2017 07:20
Fachada do prédio na Abrão Julio Rahe. (Foto: André Bittar)
Fachada do prédio na Abrão Julio Rahe. (Foto: André Bittar)

A obra inacabada de um prédio de três andares na Rua Abrão Julio Rahe, que já foi um dos primeiros alvos de ação da prefeitura para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti, agora serve de moradia para sem-tetos, que invadiram o local há pelo menos um mês. A obra foi iniciada pela Encol Engenharia, Comércio e Indústria, falida em 1999.

No prédio todo cercado com madeira, constam dizeres como: “Ser humilde é elegante” e “Temos doações. Aceitamos doações” . Na entrada também é possível ver planta e brinquedos, muitos brinquedos, além de manequins colocados no que seriam os corredores do prédio.

A reportagem esteve no local na tarde desta terça-feira (14) e não encontrou os moradores. Apenas um cachorro deu as boas-vindas. Pelas frestas das madeiras é possível ver carrinho de bebê. Quem mora ou trabalha nos arredores indica que são duas pessoas, um casal e que durante o dia não fica ninguém em casa.

“Eles não costumam ficar aí durante o dia. Voltam só no início da noite”, disse o auxiliar de almoxarifado, Sérgio Santos, 35 anos.

O porteiro Nicanor Alves Arantes, 57 anos, contou que o casal invadiu, mas não soube precisar quando. “ Deve ter um mês ou mais. Durante o dia é assim, eles saem e voltam no início da noite ou até de madrugada”, contou.

Já a administradora, Edna Maria Martins, 50 anos, acredita que deva ter crianças entre os ocupantes. “Penso que o município deveria vir aqui para levar essas pessoas e propor alguma coisa”, sugeriu. Ela também lembrou que a obra já está abandonada há anos e que ali já foram encontrados focos do mosquito Aedes aegypit, em ações realizadas pela prefeitura.

Pátio do prédio, que foi invadido. (Foto: André Bittar)
Pátio do prédio, que foi invadido. (Foto: André Bittar)
Brinquedos e manequins em um dos 'corredores' do prédio. (Foto: André Bittar)
Brinquedos e manequins em um dos 'corredores' do prédio. (Foto: André Bittar)

Responsabilidade - Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Campo Grande informou que por se tratar de um imóvel particular, quem deve requerer a saída dos invasores é o proprietário.

Quanto ao trabalho para coibir os focos do mosquito transmissor da dengue, chicungunya e zika, a Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais deve incluir vistoria no cronograma desta semana.

Consta como proprietário a Encol Engenharia, Comércio e Indústria e segundo a prefeitura diversas autuações já ocorreram por conta da situação do imóvel. Em 15 de dezembro de 2015 ela foi multada em R$ 2 mil; em 8 de setembro de 2016 em R$ 4 mil por ser reincidente e agentes da CCEV (Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais) realizaram a limpeza do local.

Em contato com a Massa Falida da Encol, a informação é de que a falência ocorreu em março de 1999 e na mesma época a obra em questão foi paralisada com apenas 8% da construção concluída. Ainda segundo a massa, uma lei permite a associação dos condôminos para que 'toquem' a obra, o que ocorreu neste caso. A partir daí a construtora se desvincula do empreendimento.

Questionada sobre a localização da associação, a Massa Falida informou que mantinha apenas o endereço do permutante, à época proprietário do terreno, que buscou a construtora para edificar o empreendimento. A reportagem não conseguiu localizar o então proprietário no endereço informado.

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