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Capital

Quem teve casa derrubada vai ao local para 'cuidar do lote' no Montevideu

Christiane Reis | 11/02/2017 07:48
Quem teve casa derrubada vai ao local para 'cuidar do lote' no Montevideu
Márcio de Oliveira teve a casa derrubada, mesmo assim ele vai todos os dias ao local. (Foto: André Bittar)

“Não sabemos o que vai acontecer. Por via das dúvidas é melhor estar sempre por aqui”, diz o autônomo Márcio Roberto de Oliveira , 43 anos. A família dele é uma das 60 que invadiram área pública no Jardim Montevideu, região norte de Campo Grande, e que teve a casa derrubada pela Prefeitura no dia 18 de janeiro.

Ele contou que estava construindo uma peça, onde pretendia morar com a esposa mais três filhos e que o trabalho estava pela metade no dia da derrubada. “Foi um dia muito triste. Mas agora, mesmo morando na casa da minha mãe, eu venho aqui de duas a três vezes por semana para cuidar do lote”, contou.

A preocupação dele é que outras pessoas vendo o lote vazio queiram se aproveitar e montar barraco no local. “Ouvi comentários sobre isso e fiquei com medo”, disse. Apontado como coordenador do grupo, Rodrigo Karrapixo, 34 anos, disse que os moradores que estão no local estão desde o início da invasão, “não tem famílias novas no local”, disse.

Quem teve casa derrubada vai ao local para 'cuidar do lote' no Montevideu
Dona Roselene contou que passa os dias em casa. (Foto: André Bittar)

Moradores – A dona de casa Roselene dos Santos, 38 anos, contou que está desempregada e que fica em casa todos os dias. “Não saio porque não sou de sair. Fico em casa e oro muito. No dia da derrubada eu fiquei dentro de casa em oração”, contou.

O servente José Antônio Dias da Silva, 20 anos, também continua morando no local com a esposa e dois filhos. “ Eu já tinha terminado a minha casa e não deixei derrubar. Minha expectativa é que as coisas se resolvam o quanto antes, porque ninguém mais apareceu por aqui”, disse.

Procurada, a Prefeitura de Campo Grande informou, via assessoria de imprensa, que após a constatação das áreas públicas invadidas, notificações foram expedidas e encaminhadas à Procuradoria Geral do Município.

A Emha (Empresa Municipal de Habitação), segundo a assessoria, aguarda os trâmites referentes a essa situação. Neste caso, conforme a legislação que estabelece as diretrizes das Políticas de Habitação de Campo Grande, invasores de áreas públicas ficam inabilitados de participar dos projetos de interesse social por quatro anos.

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