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Capital

Rapaz ferido pelo pai foi condenado por tentar matar policial há 8 anos

Eder Lincoln Gonçalves se apresentou e disse que não há dívida de R$ 2 milhões. Também disse que o filho tem problema psquiátrico

Gabriel Neris e Liniker Ribeiro | 24/06/2019 18:32
Delegada Daniella Kades disse que ainda ouvirá a secretária, o segurança e o irmão da vítima (Foto: Paulo Francis)
Delegada Daniella Kades disse que ainda ouvirá a secretária, o segurança e o irmão da vítima (Foto: Paulo Francis)

Endreo Lincoln Ferreira da Cunha, de 28 anos, ferido pelo pai, Eder Lincoln Gonçalves, no sábado (22) em uma casa da Rua das Garças, no Centro de Campo Grande, já foi condenado a três anos de reclusão e perdeu o direito de dirigir por atropelar e tentar matar um policial em março de 2011.

O rapaz foi a júri popular por ter atingindo um policial civil quando dirigia uma Dodge Ram 2500 após deixar uma festa universitária.

O pai, de 54 anos, se apresentou na tarde desta segunda-feira na 1ª DP. Também foi entregue a arma, um revólver calibre 38, com cinco munições, uma delas deflagrada. Eder contou que a arma é do pai, já falecido, e que o processo de inventário está rolando e tem a intenção de ficar com ela. Mas reconheceu que não tinha porte, ao contrário do pai.

A delegada Daniella Kades afirmou que ouvirá um segurança, a secretária da empresa onde ocorreu a briga entre pai e filho, e também um irmão da vítima. O estabelecimento está localizado na frente do terreno, enquanto a casa onde moravam fica nos fundos.

Em depoimento, o suspeito disse que o filho tinha problemas psiquiátricos e já foi internado em outras duas oportunidades. Revelou ainda que no domingo anterior a data do fato ele havia tido um surto e foi internado, mas deixou o local dois dias depois.

O filho morava com o pai em todo o período, porém após a última alta foi até a casa e pediu objetos e roupas para residir com a mãe. No sábado voltou a casa, mas o pai alegou que não deixou por ter sofrido ameaças em outras oportunidades. Para a delegada, Eder afirmou que recebeu novas ameaças e que o filho tentou acessar a casa pulando o muro. Foi quando disparou para frente na intenção de assustá-lo, mas percebeu que o feriu quando viu o filho colocando a mão sobre o corpo.

Arma utilizada no crime foi entregue hoje à polícia (Foto: Paulo Francis)
Arma utilizada no crime foi entregue hoje à polícia (Foto: Paulo Francis)

Disse ainda que, mesmo sangrando, o filho teria tentado pegar facas e que o rapaz disse ter chamado à polícia. Quando viu o ferido e sabia da possibilidade de ser preso decidiu fugir para Sidrolândia, onde ficou na casa de familiares, mas antes pediu para a secretária chamar o socorro.

Os pais do rapaz são separados há cerca de 20 anos. Após o depoimento, que teve duração de uma hora, o pai foi liberado. O suspeito negou que haja alguma dívida de R$ 2 milhões envolvendo a empresa que está no nome do irmão da vítima. O filho estaria cobrando pagamentos ao pai.

A mãe do rapaz citou que ele teria a intenção de se mudar com ela para São Paulo. Eder e o filho haviam discutido e o rapaz teria exigido que o pai saísse de casa. A mãe tem medida protetiva contra Eder e já havia solicitado para o filho, mas o pedido para rapaz foi negado.

O advogado do suspeito, José Roberto da Rosa, lembrou que como o rapaz havia fugido da Santa Casa “nem sei em que situação ele saiu”, se referindo ao que pode ter ferido o filho. Também destacou que a intenção não era mata-lo já que havia outras munições dentro da arma e suspeita de que o rapaz esteja recebendo orientações da mãe para prejudicar o pai.

“Ele tinha que estar internado. É uma ameaça. Como ele fugiu, tem que saber o que feriu o filho, se foi um tiro, estilhaço, se pegou outro objeto, a parede”, disse o advogado.

Também afirmou que a dívida de R$ 2 milhões é “balela”, mas existe uma discussão que envolve a antiga empresa da família e que havia dívida, mas não chega próximo ao valor. Segundo o advogado, o filho ferido recebe salário mensal de R$ 2,8 mil da empresa “sem trabalhar” e que dias atrás cobrou do pai para cursar Medicina no Paraguai, além de exigir R$ 200 mil mais R$ 10 mil por mês.

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