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Capital

Realizadas primeiras cirurgias de catarata em crianças na Santa Casa

Procedimentos pelo SUS foram feitos em dois bebês, de 2 e 6 meses, que podem recuperar 100% da visão.

Anahi Gurgel | 21/04/2017 10:51
Médica que realizou as primeiras cirurgias de catarata congênita em duas crianças na Santa Casa. Mães estão 'aliviadas' com sucesso do procedimento. (Foto: Divulgação)
Médica que realizou as primeiras cirurgias de catarata congênita em duas crianças na Santa Casa. Mães estão 'aliviadas' com sucesso do procedimento. (Foto: Divulgação)

Menos de um mês após implantação do ambulatório de catarata congênita na Santa Casa de Campo Grande, duas crianças já passaram por cirurgias pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para correção de problemas oftalmológicos e, com tratamentos adequados, podem recuperar até 100% da visão. 

Antes, na Capital, a cirurgia de catarata congênita era realizada somente no Hospital São Julião e em clínicas particulares. Na Santa Casa de Campo Grande, o primeiro procedimento foi realizado por volta das 9h em Benjamim Isac Brites Brandão, de seis meses, que foi diagnosticado com o problema com apenas um mês de vida, depois que a família percebeu que a criança não fixava o olhar.

“Foi um susto muito grande, pois não sabia que a catarata afetava crianças. Fiquei desesperada em saber que meu filho não enxergava”, relata a mãe Vanessa Estefani Brites dos Santos, 19 anos, contando que parentes do marido relataram ter a doença.

A cirurgia em Benjamin envolveu dois procedimentos e durou aproximadamente uma hora. Poucos dias depois, o bebê já apresentou melhora. “Começou a enxergar e fixar os olhos”, disse a mãe.

Outra criança que realizou cirurgia no mesmo dia, por volta das 10h, foi Ana Lívia Morais dos Santos, de dois meses. A família descobriu que a filha tinha o problema depois de fazer o teste do olhinho, quando ela tinha sete dias de vida.

“Ela não teve reflexo da visão e os médicos descobriram catarata congênita nos dois olhos”, lembra a mãe, Fabíola Neto Morais dos Santos, 19, que teve uma infecção urinária durante a gestação, o que acarretou a doença congênita na filha.

A médica oftalmologista Talita Richards ressaltou o sucesso das duas cirurgias. “Conseguimos marcar os procedimentos em tempo ideal. Agora, os dois pacientes estão partindo para a segunda fase do tratamento de desenvolvimento e estimulação visual", disse. 

A cirurgia foi o primeiro passo de todo um processo de tratamento que pode levar até 4 anos, dependendo da evolução do paciente. As crianças ainda irão usar óculos e realizar uma espécie de fisioterapia ocular, sendo que o processo será completamente acompanhado por equipe médica da Santa Casa.

Por meio da assessoria de imprensa, o hospital informou que as duas crianças foram selecionadas porque estavam há muito tempo na fila de espera. "Quanto mais demorar para realizar a cirurgia, menos chances os pacientes têm de recuperar a visão próximo de 100%".

hospital afirmou ainda que não há novas cirurgias de catarata congênita programadas e não divulgou o número de crianças que estão na fila de espera atualmente.

Criança que passou por cirurgia de catarata congêntica é examinada na Santa Casa de Campo Grande. Detecção precoce é melhor forma de realizar tratamento eficaz e evitar cegueiras. (Foto: Divulgação)
Criança que passou por cirurgia de catarata congêntica é examinada na Santa Casa de Campo Grande. Detecção precoce é melhor forma de realizar tratamento eficaz e evitar cegueiras. (Foto: Divulgação)

Sintomas de catarata em crianças – Caracterizada por alterações e opacificação do cristalino, a doença é a principal causa de cegueira na infância.

Dependendo do grau da patologia, pode haver interferência na passagem de luz, por distorção ou redução na quantidade de raios luminosos que atingem a retina.

“Se a criança se não operar nos primeiros meses de vida, poderá não desenvolver a visão. Essa cirurgia possibilita a esses pacientes terem uma vida normal no futuro e uma visão praticamente perfeita", alerta a médica Talita.

De acordo com a especialista, a doença requer um diagnóstico precoce e tratamento cirúrgico imediatos. Um dos meios para detectar o problema é o teste do olhinho, além de exames oftalmológicos completos que precisam ser realizados no primeiro mês de vida.

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