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Capital

Região mais violenta da Capital tem 300 pontos de venda de bebidas alcoólicas

Fabiano Arruda | 05/04/2011 17:11

Levantamento do MPE aponta perfil da violência em Campo Grande

Mulher olha local onde vítima morreu assassinada no Los Angeles. (Arquivo)
Mulher olha local onde vítima morreu assassinada no Los Angeles. (Arquivo)

A região mais violenta de Campo Grande, que abrange bairros como Los Angeles, Centro Oeste e Centenário, possui entre 250 e 300 pontos de venda de bebidas alcoólicas, segundo dados do Mapa da Violência produzido pelo MPE (Ministério Público Estadual), que aponta a co-relação entre violência e fatores sociais.

Dos 31 homicídios registrados no ano na Capital, dez ocorreram naquela região. Homens de 25 a 30 anos e que predominantemente ingeriram bebidas alcoólicas antes do crime é o perfil que aponta o mapa, que também detalha locais e horários dos crimes.

A ausência de estruturas básicas, como saneamento, iluminação e asfalto, predomina nas constatações. É o que levantamento, inédito no MP, realizado desde 2005 até sábado passado, chama de meio ambiente social favorável ao crime.

Segundo o promotor Douglas Oldegardo Cavalheiro, responsável pelo estudo, o mapeamento da violência permite conhecer a realidade das regiões para que sejam tomadas ações preventivas a fim de reduzir a criminalidade.

“A autoestima comunitária é fundamental. O Ministério Público, junto com a comunidade, vai promover mediações de conflitos para buscar melhorias, dando encaminhamento e orientação às famílias”, explicou.

Audiência - O promotor concedeu entrevista durante participação em audiência pública realizada na tarde desta terça-feira no plenário da Assembleia Legislativa. Deputados estaduais, governo do Estado e sociedade civil debateram ações na área de segurança pública, objetivando a redução dos índices de violência. A prevenção foi o tema defendido.

A audiência pública foi uma solicitação do Forsep (Fórum pela Segurança Pública com Cidadania), composto por representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e Associação Comercial e Industrial de Campo Grande.

Promotor revela dados do Mapa da Violência feito pelo MPE em Campo Grande. (Foto: Wagner Guimarães/ALMS)
Promotor revela dados do Mapa da Violência feito pelo MPE em Campo Grande. (Foto: Wagner Guimarães/ALMS)

Na prática, a mediação de conflitos vai ocorrer por meio de reuniões com membros do MP e a comunidade. No dia 19 desde mês ocorre o primeiro encontro no bairro Los Angeles, ainda o mais violento de Campo Grande.

No dia 30 haverá outra mediação de conflito, no mesmo local. “É um projeto piloto e empírico. Não sabemos o que vamos encontrar”, comentou Douglas.

O promotor declarou que a instalação de bases comunitárias da Polícia Militar no bairro Los Angeles, com recursos do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), foi responsável por diminuir os índices de violência.

Conforme Oldergado, o desmembramento da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), que passou a atender na região central e no bairro Piratininga, em conjunto com o 5º DP, também foi medida responsável pela queda de índices de violência na Capital.

Para Douglas, o ideal é que exista um canal integrado entre Polícia Civil e MPE com o número de homicídios na cidade.

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