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Capital

Sem assalto nos ônibus há 10 meses, ladrões miram terminais na Capital

Lidiane Kober | 23/10/2013 18:00
Enquanto assaltos zeraram nos ônibus, oito crimes foram registrados nos últimos 10 meses nos terminais da Capital (Fotos: Cleber Gellio)
Enquanto assaltos zeraram nos ônibus, oito crimes foram registrados nos últimos 10 meses nos terminais da Capital (Fotos: Cleber Gellio)

Com o fim do dinheiro nos ônibus do transporte coletivo de Campo Grande, há pelo menos 10 meses nenhum assalto foi registrado nos veículos e os ladrões passaram a mirar os terminais. No mesmo período, oito crimes foram registrados e a população começa a demonstrar preocupação com a falta de segurança nos pontos de troca de ônibus.

Em 26 de agosto de 2011, na gestão do ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB), parte dos veículos passaram a circular apenas com cartão, justamente para evitar assaltos. Na época, a medida gerou polêmicas e várias críticas, principalmente, por dificultar o transporte de pessoas de fora da Capital.

A decisão, no entanto, não teve volta e, em fevereiro de 2012, a prefeitura adotou o fim do dinheiro e o uso dos cartões em todos os veículos. Em 2010, um ano antes do começo da implantação do sistema, Campo Grande registrou 681 assaltos nos ônibus do transporte coletivo.

O número foi recorde desde 2007, quando ocorreram 436 crimes. O problema só foi crescendo. Em 2008, foram 571 ocorrências; um ano depois, 580. Em 2011, ano da implantação do sistema, o registro reduziu para 419 casos.

No ano passado, após a totalidade dos ônibus circularem sem dinheiro, os assaltos caíram para 27 e, desde janeiro de 2013, nenhum caso foi registrado nos veículos. Ao mesmo tempo, em fevereiro, três terminais foram alvos de ladrões; em março, um; em julho, mais um e, no mês passado, dois crimes foram registrados.

“Sem dinheiro nos ônibus, a violência está migrando para os terminais”, concluiu o funcionário público Antônio Domingos, 50 anos. Até agora, ele não presenciou nenhum assalto nos pontos de troca de veículos, mas cansou de assistir brigas e algazarras de estudantes.

“Não tem segurança nos terminais. Recentemente, vi uma briga no terminal Júlio de Castilhos e todo dia vejo algazarras dos alunos”, relatou Domingos, que usa o transporte coletivo diariamente.

Apesar de nunca ter sido assaltada dentro de um ônibus, a universitária Vânia Cristina Campos, 44 anos, aprovou o fim do uso do dinheiro nos veículos. “No começo, a gente estranhou, mas agora, percebo que foi uma decisão acertada”, avaliou. “Antes, adotava precauções para evitar assaltos e hoje ando mais tranquila”, completou.

Usuária diária do transporte coletivo, a salgadeira Maria Aparecida de Jesus, 59 anos, também andava com temor pelos ônibus. “A gente ficava sabendo de muitos assaltos”, justificou. Hoje, ela frisou perceber no dia a dia a redução da criminalidade e agradece a Deus a queda.

Para Antônio Domingos, falta segurança nos terminais
Para Antônio Domingos, falta segurança nos terminais
Vânia Cristina andava temerosa e, hoje, circula mais tranquila nos ônibus
Vânia Cristina andava temerosa e, hoje, circula mais tranquila nos ônibus
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