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Sem descansar com furtos, dono precisou dormir em mercado para espantar ladrões

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Aletheya Alves | 06/10/2020 08:21
Sem descansar com furtos, dono precisou dormir em mercado para espantar ladrões
Mercado tradicional foi furtado cinco vezes em 40 dias. (Foto: Kísie Ainoã)

Acostumados com tranquilidade e crimes esporádicos, moradores do bairro Caiçara viram a rotina virar de ponta-cabeça com furtos se tornando cotidiano em mercado tradicional na Rua Carlos Chagas. Sem saber o que fazer, proprietário chegou a dormir no local para tentar controlar as ocorrências.

Já pensou em situação parecida, se lembra de algum problema ou história interessante na sua região? Você também pode enviar uma sugestão de pauta. Confira outras matérias de bairros clicando nos ícones do Campo Grande News no mapa abaixo.

Rotina forçada - Como se não bastasse a ordem natural do cotidiano ser afetada pela pandemia do novo coronavírus, o mercado Fiorenza precisou se adaptar a uma onda de furtos que veio com força durante o último mês. De acordo com o proprietário, Jurandir Antonio Fiorenza, de 55 anos, foram cinco ocorrências em menos de 40 dias.

Sem descansar com furtos, dono precisou dormir em mercado para espantar ladrões
Principal alvo das ocorrências foi o setor de desodorantes. (Foto: Kísie Ainoã)

Em 17 anos de existência, o Fiorenza foi alvo de furtos e roubo poucas vezes. Puxando na memória, Jurandir conta que o último susto havia acontecido há cerca de oito anos. “O que mais chamou atenção foi no último mês mesmo porque foi muito seguido e depois de tanto tempo. Cinco vezes, todo mundo estranhou”.

O proprietário explica que a rotina foi sendo quebrada conforme o crime se repetia com o passar das semanas, como se o clima de paz acabasse indo embora de pouco em pouco. Ele conta que os ladrões levaram principalmente desodorantes, doces, cervejas e chinelos.

Sem descansar com furtos, dono precisou dormir em mercado para espantar ladrões

Cheguei a dormir aqui depois da última vez porque a cabeça ficou muito ruim, foi preocupação demais com medo de acontecer algo de novo. Acordava acabado até que percebi que estava enlouquecendo e que não dava mais.

Agora, 16 câmeras fazem parte do mercado e novo problema a ser enfrentado é o trauma deixado pela criminalidade que quebrou os costumes despreocupados de Jurandir e dos moradores que vivem o medo como eco das ocorrências.

Para o dono do mercado, ter acesso às imagens é uma nova forma de tentar restabelecer tranquilidade, mas se controlar para não vigiar 24 horas por dia é consequência que ele ainda não conhecia. “Tudo isso mexe com a nossa cabeça. Agora temos cerca, câmeras e estamos torcendo para não se repetir”.

Sem descansar com furtos, dono precisou dormir em mercado para espantar ladrões
Câmeras de segurança foram instaladas no mercado depois do quinto furto. (Foto: Kísie Ainoã)

Cliente do mercado há 12 anos e morador do bairro há 18, José Augusto Nascimento Filho, de 77 anos, diz que sua casa nunca foi furtada, mas que o susto de Jurandir repercutiu em quem vive por perto.

Em geral, o bairro é bem tranquilo. Todo mundo se assustou porque o mercado é antigo e mesmo assim invadiram. Agora a gente fica mais de olho e até o bairro tá mais estranho com uma coisa dessas acontecendo.

Sem descansar com furtos, dono precisou dormir em mercado para espantar ladrões
Mercado fica localizado na Rua Carlos Chagas, bairro Caiçara. (Foto: Kísie Ainoã)

Também antigo na região, Luciano Dias Gomes, de 67 anos, relata que situações do tipo alteram a forma de viver no bairro. Para o aposentado, escutar histórias de criminalidade por ali é raridade, mas quando acontece deixa a população assustada.

Há 47 morando no bairro Caiçara, Luciano diz que a “normalidade” vai se afastando conforme ocorrências do tipo aparecem e chamam atenção. “A gente não vê problema em sentar na frente de casa, por exemplo. Aí alguém conta que isso acontece e a sensação é de estranheza”.

Tem sugestão? - Já pensou em alguma sugestão de matéria sobre o seu bairro? Entre em contato com o Campo Grande News pelo Direto das Ruas no número (67) 99669-9563 ou clicando aqui.

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