Sem descansar com furtos, dono precisou dormir em mercado para espantar ladrões
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Acostumados com tranquilidade e crimes esporádicos, moradores do bairro Caiçara viram a rotina virar de ponta-cabeça com furtos se tornando cotidiano em mercado tradicional na Rua Carlos Chagas. Sem saber o que fazer, proprietário chegou a dormir no local para tentar controlar as ocorrências.
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Rotina forçada - Como se não bastasse a ordem natural do cotidiano ser afetada pela pandemia do novo coronavírus, o mercado Fiorenza precisou se adaptar a uma onda de furtos que veio com força durante o último mês. De acordo com o proprietário, Jurandir Antonio Fiorenza, de 55 anos, foram cinco ocorrências em menos de 40 dias.
Em 17 anos de existência, o Fiorenza foi alvo de furtos e roubo poucas vezes. Puxando na memória, Jurandir conta que o último susto havia acontecido há cerca de oito anos. “O que mais chamou atenção foi no último mês mesmo porque foi muito seguido e depois de tanto tempo. Cinco vezes, todo mundo estranhou”.
O proprietário explica que a rotina foi sendo quebrada conforme o crime se repetia com o passar das semanas, como se o clima de paz acabasse indo embora de pouco em pouco. Ele conta que os ladrões levaram principalmente desodorantes, doces, cervejas e chinelos.
Cheguei a dormir aqui depois da última vez porque a cabeça ficou muito ruim, foi preocupação demais com medo de acontecer algo de novo. Acordava acabado até que percebi que estava enlouquecendo e que não dava mais.
Agora, 16 câmeras fazem parte do mercado e novo problema a ser enfrentado é o trauma deixado pela criminalidade que quebrou os costumes despreocupados de Jurandir e dos moradores que vivem o medo como eco das ocorrências.
Para o dono do mercado, ter acesso às imagens é uma nova forma de tentar restabelecer tranquilidade, mas se controlar para não vigiar 24 horas por dia é consequência que ele ainda não conhecia. “Tudo isso mexe com a nossa cabeça. Agora temos cerca, câmeras e estamos torcendo para não se repetir”.
Cliente do mercado há 12 anos e morador do bairro há 18, José Augusto Nascimento Filho, de 77 anos, diz que sua casa nunca foi furtada, mas que o susto de Jurandir repercutiu em quem vive por perto.
Em geral, o bairro é bem tranquilo. Todo mundo se assustou porque o mercado é antigo e mesmo assim invadiram. Agora a gente fica mais de olho e até o bairro tá mais estranho com uma coisa dessas acontecendo.
Também antigo na região, Luciano Dias Gomes, de 67 anos, relata que situações do tipo alteram a forma de viver no bairro. Para o aposentado, escutar histórias de criminalidade por ali é raridade, mas quando acontece deixa a população assustada.
Há 47 morando no bairro Caiçara, Luciano diz que a “normalidade” vai se afastando conforme ocorrências do tipo aparecem e chamam atenção. “A gente não vê problema em sentar na frente de casa, por exemplo. Aí alguém conta que isso acontece e a sensação é de estranheza”.
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