Sem macas, hospitais lotados voltam a reter ambulâncias na Capital
Duas viaturas ficaram paradas sem poder atender ocorrências, uma delas por 24 horas

Com os hospitais superlotados diante da pandemia do novo coronavírus, situação agravada pelos acidentes de trânsito diários, duas ambulâncias ficaram retidas em hospitais essa manhã em unidades hospitalares de Campo Grande. Uma delas, por 24 horas ficou parada na Santa Casa.
De acordo com o coordenador do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Ricardo Rapassi, por falta de macas disponíveis no Hospital, a ambulância deles ficou retida na Santa Casa de ontem para hoje, sendo liberada pela manhã.
O que ocorre, é que com os hospitais lotados de pacientes, os que chegam nas viaturas precisam ser mantidos nas macas das ambulâncias até abrir vaga regular. O problema não é novidade em Campo Grande, mas mostra que falhou a estratégia de desafogar unidades de saúde, para centrar forças no combate ao coronavírus.
Assim, as viaturas também ficam inutilizadas, já que precisam esperar a liberação do paciente da maca para atenderem outras ocorrências pela cidade.
“Sempre tivemos histórico de retenção de macas e de uns dois anos pra cá, com intervenção do Ministério Público e do Conselho de Medicina, que pressionaram os hospitais, eles não prenderam mais e deu uma melhorada. Mas com a pandemia, esse problema tem voltado”, confirmou o coordenador do Samu.
São 13 viaturas do Samu operando em Campo Grande, sendo três delas de suporte avançado, ou seja, funcionam como uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) móvel. Segundo Rapassi, todas elas estão rodando normalmente.
Também houve retenção de uma ambulância do Corpo de Bombeiros, mas segundo o coordenador de urgência e emergência da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Yama Higa, durou cerca de 40 minutos e foi resolvido.
“Os hospitais estão muito cheios e os pacientes chegam e não tem maca no hospital para fazer a troca e assim, a ambulância fica retida também”, reforça.
A reportagem entrou em contato com o Corpo de Bombeiros, e foi informada que a retenção ocorreu por uma hora na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, "não trazendo prejuízo para os atendimentos".
Já a assessoria de imprensa da Santa Casa garante que a direção desconhece a retenção de maca do Samu nos últimos dias.
Matéria editada às 16h59 para acréscimo de informações.