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Capital

Sem negociação, comerciante é surpreendido com despejo na calçada

Homem aluga sala desde 2000, mas usava espaço ao lado como deposito de sapataria

Liniker Ribeiro e Clayton Neves | 17/04/2019 16:26
Parte dos materiais que estavam em depósito de sapataria foram colocados na calçado do estabelecimento (Foto: Clayton Neves)
Parte dos materiais que estavam em depósito de sapataria foram colocados na calçado do estabelecimento (Foto: Clayton Neves)

Responsável por uma sapataria que funcionava em uma das salas desocupadas no prédio da antiga rodoviária, na região da Rua Barão do Rio Branco, Centro da Capital, o comerciante Jamalci Leite Campero, de 79 anos, foi surpreendido nesta quarta-feira (17) ao chegar para trabalhar. Ao lado da esposa, de 65 anos, o idoso encontrou parte dos materiais de trabalho jogados na calçada do estabelecimento.

O despejo chamou atenção de quem passava pelo local e até mesmo de outros lojistas do prédio. “Na verdade a gente usava essa sala apenas como deposito. Há seis anos, o antigo sindico, permitiu que o local fosse ocupado pela gente, já que estava parado”, revelou o comerciante, que também aluga uma das salas do prédio desde 2000.

Segundo ele, há um mês, a atual sindica chegou a procurar pelo casal para conversar e avisar que o dono da sala usada como deposito queria reassumir o local, porém, não conseguiu encontrar um novo espaço. Sem novo aviso, na madrugada de ontem (16), funcionários da sindica teriam retirado a fechadura do salão. Sem saber o que aconteceria, Jamalci afirma ter ido embora sem se preocupar.

Elza Ichi, esposa de Jamalci, a atitude foi desnecessária. “Não estamos nos negando a sair, mas nenhum tipo de notificação ou documento foi nos apresentado. Se o dono pediu, vamos sair, mas precisamos de um tempo”, relatou. Ainda segundo ela, o marido enfrenta problemas de saúde e, recentemente, precisou ser hospitalizado, o que dificultou ainda mais a procura por um outro lugar.

Ao Campo Grande News, a sindica do prédio, Rosane Mely Lima, contou que já vinha conversando com o casal há pelo menos 5 meses e confessou que o pedido de despejo partiu dela. “Eu vi que tinha muita coisa da sapataria, muito lixo”, revelou. Ainda segundo ela, o alvará do local foi recém-renovado pelo Corpo de Bombeiros e, uma das exigência firmadas, seria a desocupação de salas sem funcionamento.

Após se atentar para a situação do comércio, Rosane conta que entrou em contato com o proprietário e ele mesmo teria solicitado pegar de volta. A sindica afirma ainda que conversou mais de uma vez com o casal, inclusive na última sexta-feira (12), mas isso foi rebatido pelos comerciantes. Ainda segundo Jamalci, uma tentativa de negociação tentou ser feita com o proprietário, mas não seguiu. "Avisei que eu alugaria, melhor eu estar cuidando do que o lugar ser depredado".

Equipe da Polícia Militar foi acionada e acompanhava a movimentação no local. Lojistas, que não quiseram se identificar, afirmam ser contrários a ação. Segundo eles, a mesma seria “autoritária”, não mantendo uma relação saudável com os lojistas. “Ela acha que manda em todos nós. Não tem loja, é apenas sindica, e acha que é dona do prédio” conta um trabalhador.

O casal também foi defendido pelos comerciantes. “Todos estão revoltados com essa situação. O senhor tem problema de saúde e mesmo assim trabalha. Ele depende do espaço para trabalhar”, pontou uma lojista.

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