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Capital

Sem ônibus nas ruas, doméstica caminha por 1h30 até o trabalho

Idosa contou que não quis atrapalhar amiga, que ajudava a chamar carro de aplicativo quando necessário

Por Dayene Paz e Maria Gabriela Arcanjo | 17/12/2025 06:41
Sem ônibus nas ruas, doméstica caminha por 1h30 até o trabalho
Maria sentada em ponto de ônibus esperando o horário de entrar no serviço. (Foto: Marcos Maluf)

Sem ônibus circulando pelo terceiro dia consecutivo em Campo Grande, a doméstica Maria Aparecida Inácia, de 63 anos, percorreu 1h30 a pé até o trabalho, na Rua Ingazeira, no Bairro Vivenda do Bosque. Isso porque, a idosa não sabe chamar motorista de aplicativo.

RESUMO

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A greve do transporte coletivo em Campo Grande, que já dura três dias, tem afetado diretamente a rotina dos trabalhadores. Maria Aparecida Inácia, doméstica de 63 anos, precisou caminhar por 1h30 até seu local de trabalho no Bairro Vivenda do Bosque, pois não sabe utilizar aplicativos de transporte. A paralisação, iniciada na segunda-feira (15), foi motivada pelo atraso no pagamento de salários pela empresa Consórcio Guaicurus. Os motoristas rejeitaram a ordem judicial para operação parcial da frota, mantendo a paralisação total, deixando terminais vazios e passageiros sem alternativas de transporte público.

A reportagem do Campo Grande News encontrou a dona Maria enquanto percorria ruas da Capital na manhã desta quarta-feira (17). Sentada em um ponto de ônibus, ela aguardava o horário de entrar no serviço, depois de caminhar por mais de uma hora pela cidade.

Ela é moradora do bairro Coronel Antonino e contou que saiu de casa às 4h40. Normalmente, pega três ônibus para trabalhar. Nos dois primeiros dias de paralisação, segunda e terça-feira, a doméstica conseguiu chegar ao serviço de aplicativo, chamado por uma amiga, já que ela não sabe usar esse tipo de ferramenta.

Nesta quarta, no entanto, decidiu não incomodar a amiga e seguiu caminhando. “Medo de vir andando eu tenho, mas fazer o que, a gente tem que trabalhar, né?”, disse à reportagem.

Sem ônibus nas ruas, doméstica caminha por 1h30 até o trabalho
Terminal General Osório fechado desde o início da greve. (Foto: Marcos Maluf)

Maria Aparecida trabalha há 26 anos na mesma casa e afirmou que nunca presenciou uma greve como essa. Segundo ela, em paralisações anteriores, os motoristas costumavam suspender o serviço no início da manhã, mas retomavam ainda antes do fim do dia. “Uma cidade tão grande como essa aqui não poderia acontecer isso”, afirmou.

Ela contou ainda que os patrões chegaram a fornecer dinheiro para que pudesse pagar o transporte por aplicativo durante a greve.

Entenda - O movimento grevista começou na segunda-feira (15), motivado pelo atraso no pagamento de salários pela empresa responsável pelo transporte coletivo, o Consórcio Guaicurus. Em assembleia, os motoristas rejeitaram a ordem judicial que exigia a operação de parte da frota e decidiram manter a paralisação total. Isso significa terminais vazios e passageiros sem alternativa de deslocamento por transporte público há três dias seguidos.

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