ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, DOMINGO  12    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Sem vestígios do corpo de Natalin, polícia fará nova perícia em carro de militar

Militar disse que carregou corpo no porta-malas e jogou na margem da BR-060

Dayene Paz | 11/03/2022 08:23
Carro de militar, que teria sido utilizado para levar corpo até matagal. (Foto: Direto das Ruas)
Carro de militar, que teria sido utilizado para levar corpo até matagal. (Foto: Direto das Ruas)

Primeira perícia não encontrou vestígios de que o corpo de Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, de 22 anos, foi carregado no veículo Fiat Punto que pertence ao militar da Aeronáutica Tamerson Ribeiro Lima de Souza. A versão apresentada por ele é de que matou a esposa em casa e no dia seguinte carregou o corpo no carro até onde foi encontrado, na margem da BR-060, saída para Sidrolândia.

Conforme o laudo, foram feitas diversas análises pelos peritos "à vista desarmada", sendo que não foram encontrados vestígios como manchas de sangue, fios de cabelo ou outros objetos relacionados ao crime. A perícia sugeriu à polícia que o carro seja apreendido para análise laboratorial no Ialf (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses). O objetivo é ter uma resposta mais precisa sobre vestígios biológicos, não visíveis a olho nu no porta-malas.

"Com base nos elementos materiais in loco, este perito relator conclui que o veículo anteriormente descrito apresentará alguns objetos no interior de seu porta-malas e que não foram encontrados vestígios latentes relacionados ao acondicionamento de pessoa no compartimento de bagagem".

Militar saindo da Deam depois de ser ouvido. (Foto: Kísie Ainoã)
Militar saindo da Deam depois de ser ouvido. (Foto: Kísie Ainoã)

Crime - O corpo foi encontrado na margem da BR-060, na saída para Sidrolândia, na tarde de 6 de fevereiro. Mas a investigação aponta que a jovem foi morta em casa. Tamerson alegou ter sido agredido pela esposa, que chegou embriagada e sob efeito de drogas. Para se defender, tentou segurá-la aplicando um golpe mata-leão e ela desmaiou.

Ele disse que a intenção não era matar e que tentou acordá-la, no entanto, percebeu que estava morta. Com medo de ser preso, Tamerson colocou o corpo no porta-malas do veículo e no outro dia, levou a filha, de 4 anos, para a escola com o corpo dentro do carro. Ele deixou a menina e depois seguiu para a rodovia e o jogou à margem, em meio a um matagal.

Foto romântica publicada por ambos nas redes sociais. (Foto: Facebook/Reprodução)
Foto romântica publicada por ambos nas redes sociais. (Foto: Facebook/Reprodução)

Em seguida, Tamerson foi até a Base Aérea e chegou a se encontrar com uma acompanhante para "desabafar", segundo ele. Não houve relacionamento sexual entre os dois e ele teria contado sobre seu relacionamento, sem mencionar que havia matado a esposa.

Prisão - Quando a polícia chegou na casa e o questionou sobre Natalin, o militar disse que a esposa havia ido embora. Também tentou despistar as amigas, respondendo as mensagens no celular se passando por Natalin. Tamerson chegou a dizer para a filha, antes do corpo ser localizado, que a mãe teria passado mal e morreu no hospital.

O sargento foi denunciado por homicídio triplamente qualificado pelo motivo torpe, asfixia e feminicídio. A denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) também o acusa de ocultação de cadáver.

No dia 3 de março, a Aeronáutica, através da BACG (Base Aérea de Campo Grande), pediu acesso à documentação do processo sobre o assassinato. Segundo documento enviado ao juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, a Base Aérea afirma que precisa de acesso aos documentos que ajudarão no processo administrativo instaurado. Tamerson está preso na Organização Militar, sob custódia da Base Aérea.

Nos siga no Google Notícias