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Capital

Socorro por telefone a menino afogado durou 2 minutos e meio

Bombeiros alertam para a importância de manter a calma ao solicitar ajuda

Anahi Zurutuza | 04/09/2017 14:35
Bombeiros após atendimento a ocorrência em fevereiro deste ano (Foto: Andrá Bittar/Arquivo)
Bombeiros após atendimento a ocorrência em fevereiro deste ano (Foto: Andrá Bittar/Arquivo)

Os 2 minutos e 39 segundos que a mãe de uma criança de 1 ano e 3 meses passa ao telefone com o Corpo de Bombeiros parecem intermináveis para ela, que chora e grita muito sem saber o que fazer com o bebê, encontrado afogado na piscina de casa.

O incidente, na tarde deste domingo (3), no bairro São Francisco, em Campo Grande, felizmente teve desfecho diferente do caso dos gêmeos que morreram afogados em Três Lagoas.

O socorro ao bebê da Capital foi um dos três registrados neste fim de semana para o Corpo de Bombeiros.

Especificamente neste caso, segundo os bombeiros, o alerta é para a importância de manter o controle emocional – que em muitos casos é quase impossível – na hora de pedir o socorro. Caso contrário, o ideal é tentar pedir ajuda para que outra pessoa fique em contato com o atendente da emergência.

“Em caso de afogamento, o Corpo de Bombeiro deve ser acionado imediatamente pelo 193. Enquanto isso, até a chegada dos socorristas, alguém deve manter a calma” e seguir as orientações dadas por telefone, explica a tenente Janaíne Penteado Santana.

O caso – O bebê estava inconsciente quando foi encontrado pela mãe. O menino foi levado à Santa Casa, onde permanece internado. Segundo a assessoria de imprensa da unidade de saúde, o paciente respira com a ajuda de uma mascará de oxigênio, mas está estável, consciente e orientado no pronto-socorro infantil.

Leia a transcrição do áudio do socorro do Corpo de Bombeiros por telefone:

Atendente do Corpo de Bombeiros – Bombeiros emergência.

Mãe da criança – Moça pelo amor de Deus o meu filho caiu na piscina, moça. O que eu faço?

Atendente do Corpo de Bombeiros – Qual o endereço?

Mãe da criança – (A mãe dita o endereço, falando muito rápido).

Atendente do Corpo de Bombeiros – (A atendente não entende o nome da rua e questiona confirmando). 

Mãe da criança – É. O que eu faço?

Atendente do Corpo de Bombeiros – Número?

Mãe da criança – (A mulher diz o número). O que que eu faço?, questiona e chora a mãe.

Atendente do Corpo de Bombeiros – A atendente repete o número.

Mãe da criança – É. Me ajuda pelo amor de Deus!

Atendente do Corpo de Bombeiros – Você não consegue pegar?

Mãe da criança – Eu peguei já!... (trecho inaudível)

Atendente do Corpo de Bombeiros – Coloca ele lateralizado, tá?

Mãe da criança – Coloca ele de lado, (pede para a pessoa que está com o bebê).

Atendente do Corpo de Bombeiros – Qual idade ele tem?

Mãe da criança – Ele tem 1 ano.

(Mãe grita e chora muito)

Atendente do Corpo de Bombeiros – Como é o seu nome?

Mãe da criança – (Diz o nome, mas continua gritando e chorando muito)

Atendente do Corpo de Bombeiros – Deixa ele de lado e faz massagem na barriguinha dele. Você pode segurar ele e dar tapinhas nas costas dele?

(Muitos gritos e choro ao telefone)

Atendente do Corpo de Bombeiros – Você fez isso que eu te falei? Põe ele de barriga para baixo e dá tapas nas costas dele. Você está fazendo isso? Quem está atendendo ele?

Mãe – Meu irmão.

A atendente chama a mãe insistentemente, que não responde.

Por fim, no fundo da ligação, ouve-se o choro de uma criança. A mãe fica muda.

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