ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, SEGUNDA  18    CAMPO GRANDE 26º

Capital

Suspeitas de matar manicure reafirmam que queriam só "dar susto"

Gabriela e Emily prestaram depoimento em audiência e disseram que punir mulheres que se envolvem com homens casados é comum

Leandro Abreu | 02/06/2016 18:04
Jeniffer foi baleada no rosto e caiu de um precipício no Céuzinho, em janeiro. (Reprodução/Facebook)
Jeniffer foi baleada no rosto e caiu de um precipício no Céuzinho, em janeiro. (Reprodução/Facebook)

As duas suspeitas de ter matado a manicure Jeniffer Nayara Guilhermete de Morais, 22, em janeiro deste ano, em uma hsitória envolvendo traição e ciúme, prestaram depoimento nesta quinta-feira (2) na segunda audiência do caso. Reafirmaram que só queriam "dar um susto" na vítima, além de defenderem ser comum a cultura da “Talarica” na periferia, nome dado às mulheres que se relacionam com homens comprometidos.

Geralmente, essas mulheres são punidas com a cabeça raspada, mas no caso de Jeniffer, ela acabou baleada no rosto, caiu de um precipício no local conhecido como cachoeira do Céuzinho e morreu no local. A vítima se envolveu com Alisson Vieira, 22, marido de Gabriela Santos, 20, meses antes do crime. As amigas Emily Leite, 20, e uma adolescente de 17 anos, que tem o caso acompanhado pela Vara da Infância e Juventude, também participaram do homicídio.

Gabriela foi a primeira a ser ouvida pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos. Ela afirmou que nunca quis matar Jeniffer, mas no momento perdeu a cabeça por algumas coisas que a vítima falou.

“Só queria assustar e que ela me pedisse desculpas. Dei dois tiros para assustar e mesmo assim ela disse 'dei e dei gostoso, corna mãe e corna filha', aí fiquei transtornada. No terceiro tiro acertei, mas sem querer”, disse. A frase dita por Jeniffer se referia a um caso que ela também teve com o padrasto de Gabriela, além do envolvimento com Alisson.

Ainda conforme o depoimento de Gabriela, esse era o segundo caso de traição do marido, que hoje está preso por homicídio cometido há um ano. “Eu e a Emily já raspamos a cabeça de outra menina que ficou com o Alisson. Perdoei ele. Eu amava muito ele, foi meu primeiro homem. Conheci quando tinha 14 anos e casei, mas agora acabei com a minha vida”, lamenta emocionada.

Gabriela e Jeniffer eram amigas de infância até o desentendimento por conta do caso com Alisson. Em seguida, Emily prestou depoimento. Ela acompanhou Gabriela durante toda ação, mas reafirma que a amiga não tinha a intenção de matar a vítima. “O tiro foi para assustar, mas depois que a Jeniffer disse aquilo, eu não reconheci minha amiga. Foi um momento de fúria”, disse.

Gabriela e Emily estão presas no presídio feminino “Irmã Irma Zorzi”, em Campo Grande. O próximo passo do processo criminal, conforme o juiz, é esperar as considerações da promotoria, das defesas e por fim ele dará o parecer se as duas serão julgadas em juri popular ou não. “Deve demorar cerca de um mês até que tudo seja concluído”, disse sem querer dar muitos detalhes.

Nos siga no Google Notícias