ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Suspeito de matar “tia” tem pedido de liberdade negado pela 2ª vez

Carlos Fernandes Soares, 33, é alvo de inquérito que apura o assassinato de esposa de policial aposentado

Anahi Zurutuza | 08/11/2021 08:32
No pátio da 6ª DP, SUV alugado por "sobrinho" de Márcia foi periciado, um dia antes dele ser preso. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
No pátio da 6ª DP, SUV alugado por "sobrinho" de Márcia foi periciado, um dia antes dele ser preso. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) confirmou decisões do primeiro grau e decidiu manter preso temporariamente Carlos Fernandes Soares, 33, investigado na morte da “tia” Marcia Catarina Lugo Ortiz, de 57 anos, esposa de policial civil aposentado.

O desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, da 2ª Câmara Criminal, entendeu que “parece justificada a segregação antecipada do paciente para auxiliar as investigações” uma vez que Carlos, embora alegue ser testemunha do assassinato e que não tenha procurado a polícia por estar sob ameaça, teve atitudes suspeitas após o crime.

A defesa alega que o cliente é réu primário e de bons antecedentes, possui ocupação lícita e residência fixa. Os advogados Matheus Machado Lacerda da Silva e Richard Saymon Santos Durães argumentam ainda que o “sobrinho” de Márcia “é vítima e não um suspeito de ter cometido o crime de homicídio”.

No primeiro pedido de revogação da prisão, a defesa alegou que Carlos está colaborando com as investigações, uma vez que além de prestar depoimento, entregou o celular à polícia para comprovar sua versão e participou de reprodução simulada dos fatos que narrou.

Na decisão do dia 4 deste mês, o desembargador registrou que apesar dos advogados tentarem “fazer crer que o paciente [Carlos Fernandes] foi ameaçado a fornecer a ajuda ao outro investigado [Carlos Henrique Machuca Santareno, o China], essa questão não se encontra devidamente elucidada pelas investigações”.

Ruy Celso Barbosa Florence destacou na decisão que Carlos Fernandes “teria adotado atitudes furtivas, que acenam ser incompatíveis com a versão alegada, como mandar o carro que havia alugado para consertar a funilaria e o estofado, que teriam sido danificados com o disparo na cabeça da vítima, além de se ter ido para cidade de fronteira, esquivando-se, ainda, de comparecer por diversas vezes à polícia, mesmo afirmando que possui muito o quê falar sobre o crime em testilha”.

O homicídio - Márcia Lugo foi encontrada morta no dia 8 de outubro, pouco mais de 12 horas após desaparecer. Com o corpo, que estava debaixo de ponte sobre o Córrego Imbirussu, na BR-262, em Campo Grande, não havia celular ou documentos, apesar de nas imagens de câmera que filmou a mulher voltando a pé para casa, na noite do dia 7 de outubro, ela aparecer com bolsa pendurada no ombro.

Carlos alega que Márcia, a quem chama de “tia”, por consideração, foi morta ao defendê-lo de "China", que supostamente trabalha como cobrador de agiota e que depois de testemunhar a execução, foi raptado por dupla, assistiu à desova do corpo e só não revelou nada sobre o crime a ninguém, porque estava sob constante ameaça.

A prisão de Carlos Fernandes foi decretada e cumprida no dia 15 de outubro e tem validade de 30 dias.

Nos siga no Google Notícias