TJ confirma cassação de salário de ex-PM que teve filho assassinado pelos Name
Paulo Roberto Teixeira Xavier não aparece mais no Portal da Transparência desde junho deste ano
O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) manteve a decisão de suspensão do salário do ex-capitão da Polícia Militar Paulo Roberto Xavier, conhecido como PX. Com isso, ele teve novamente a cassação dos proventos publicada no Diário Oficial do Estado nesta sexta-feira (5), sete meses após a primeira determinação.
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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul manteve a suspensão do salário do ex-capitão da Polícia Militar Paulo Roberto Xavier (PX), que teve o filho assassinado por engano em 2019 pela família Name. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta sexta-feira, sete meses após a primeira determinação. A defesa de PX havia recorrido alegando que, por ser militar reformado, deveria manter a aposentadoria. O recurso foi negado pela 2ª Seção Criminal. O ex-policial, que recebia R$ 16.867,46 mensais, tem histórico de envolvimento em investigações criminais, incluindo a Operação Las Vegas em 2009 e a Money Poup em 2022.
Em maio deste ano, o ex-policial já havia tido o salário suspenso por determinação judicial, que também resultou na perda do posto e da patente. Em novembro, a defesa de PX entrou com recurso alegando que Paulo era militar reformado e não da reserva, por isso, já estava afastado das Forças Armadas antes mesmo da ação.
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Segundo a defesa, se ele já estava inativo, não poderia ser demitido do cargo e deveria continuar recebendo a aposentadoria por ser um direito adquirido. Sendo assim, PX perderia apenas o “status militar” – honrarias e outras prerrogativas ligadas à patente.
Os desembargadores da 2ª Seção Criminal negaram o recurso e mantiveram a decisão de perda de salário do ex-policial militar. A decisão é do dia 17 de novembro de 2025. Por isso, nesta sexta-feira foi publicada novamente no Diário Oficial do Estado a cassação dos proventos de PX, que não aparece no Portal da Transparência desde junho.
Em maio foi a última remuneração paga a PX pelo governo de Mato Grosso do Sul. Segundo o Portal da Transparência, o ex-PM recebeu R$ 16.867,46. No dia 16 do mesmo mês foi publicada a perda dos proventos do ex-capitão e em junho ele já deixou de constar na folha de pagamento estadual.
Histórico - Em 2019, Paulo Xavier teve o filho, Matheus Coutinho Xavier, morto por engano quando manobrava a sua caminhonete na frente de casa, no Jardim Bela Vista, em Campo Grande. A investigação da Operação Omertà apontou que os disparos, efetuados com um fuzil AK-47, eram direcionados a Xavier, então considerado traidor por membros da família Name, para quem trabalhou, grupo condenado por formar uma milícia armada no Estado.
Após a tragédia, Xavier deixou Mato Grosso do Sul e passou a viver no Paraná, onde atuava como despachante. Ele abriu a empresa Poup Tempo, registrada na Receita Federal para atuação no setor. Porém, no ano passado, foi alvo da Operação Money Poup, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). A operação investigou crimes como associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, falsificação de documento público e lavagem de dinheiro, envolvendo a 86ª Ciretran de Sarandi.
A trajetória de Xavier também inclui histórico anterior de envolvimento em investigações criminais. Em 2009, ele foi preso durante a Operação Las Vegas, em MS, que envolveu forças estaduais e a Polícia Federal no combate à máfia dos jogos de azar. Na Justiça Militar, chegou a ser punido por conduta inadequada ao posto de oficial.


