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Capital

Último adeus alivia angustia de família que esperou 144 dias para enterrar idoso

Adriano Fernandes e Amanda Bogo | 21/07/2017 17:47
Treze pessoas acompanharam a cerimônia de enterro que durou cerca de 10 minutos. (André Bittar)
Treze pessoas acompanharam a cerimônia de enterro que durou cerca de 10 minutos. (André Bittar)

Foram exatos 144 dias de espera para uma despedida adiada por diversas vezes, desde fevereiro. No velório do senhor Joaquim de Souza Santos, 64 anos, o último adeus depois de tanto tempo amenizou parte da angústia dos 13 familiares presentes.

“É um alívio poder enterrar ele depois de todo o transtorno pelo corpo ter ficado tanto tempo parado no IMOL. Mas agora resta ainda angústia de não sabermos nem ao menos, como ele morreu”, comentou a sobrinha, Márcia Santos Teodoro, 27 anos.

Desde que o corpo de Joaquim foi encontrado em avançado estado de decomposição, no último 27 de fevereiro, em um terreno baldio, na Vila Morumbi, o Campo Grande News acompanhou de perto a história da família enquanto esperava a liberação do corpo.

A justificava pelo atraso na liberação era a falta de reagentes no IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para que fosse feito o exame de DNA. Até a aquisição dos materiais, na última semana, os familiares enfrentaram uma verdadeira sabatina.

“Tentamos fazer de tudo. Procuramos a defensoria pública e entramos até com uma ação para agilizar a liberação do corpo e só agora, quase cinco meses depois que fomos conseguir”, relembra.

Márcia durante a cerimônia rápida de enterro do tio. (Foto: André Bittar)
Márcia durante a cerimônia rápida de enterro do tio. (Foto: André Bittar)

Quando finalmente o impasse parecia ter fim, nesta quinta-feira (20), data prevista para a liberação, a situação teve mais dois novos capítulos.

“Ontem, quando a pax foi tentar registrar a certidão de óbito o cartório não quis aceitar a retirada, pois entenderam que o corpo tinha ficado esse tempo no IMOL porque a família não reconhecia. Tivemos que de novo acionar a justiça para conseguir a autorização”, comenta.

Contudo, hoje, depois de mais esse transtorno quando foram novamente tentar retirar o corpo de Joaquim no Imol, funcionários disseram que o corpo não seria liberado por falta de energia elétrica.

“Uma hora antes do enterro. Com todo mundo esperando para enterrar o corpo. Tivemos que dizer até que a imprensa estaria aqui para ver se eles liberavam até que conseguimos”, se queixa.
Contudo, a revolta ficou de lado durante o rápido enterro, esta tarde (21) no Cemitério Santo Amaro.

“Ele era uma pessoa ótima. Tinha amizade com todo mundo era muito adorado pelos amigos”, conta. Mas o alivio pelo fim de tanta espera ainda não é maior do que o sentimento de injustiça.

“Só vamos ter paz quando soubermos o que de fato aconteceu com meu tio”, conclui.

Investigação - A Polícia Civil ainda investiga o caso como morte a esclarecer e a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) também não deu retorno, até a conclusão da reportagem, para comentar sobre a falta de energia no instituto.

O crime - Joaquim havia saído para receber pagamento de cerca de R$ 2 mil e não voltou mais para a casa. Depois de sete dias, o corpo dele foi encontrado nu, pela Rua Dom Duarte da Costa, na Vila Morumbi, em Campo Grande.

Ainda não se saber se o idoso conseguiu sacar a quantia. Nenhum dinheiro foi encontrado com ele. Enquanto esteve desaparecido, a família ligou insistentemente para o idoso, que chegou a atender ao celular. Mas, ele apenas pedia água e não sabia dizer onde estava.

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