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Capital

Um dos alvos de operação obrigou adolescente tirar roupa sob mira de arma

Edmilson acusou funcionária de furtar R$ 2 mil e mandou que tirasse a roupa para revistá-la, narra denúncia

Anahi Zurutuza | 19/05/2021 11:56
Policial militar conduz um dos presos na operação de ontem (Foto: Bruna Marques/Arquivo)
Policial militar conduz um dos presos na operação de ontem (Foto: Bruna Marques/Arquivo)

Edmilson Barbosa da Rocha, de 49 anos, alvo da Operação Araceli, que foi “à caça” de pessoas que cometeram crimes contra crianças e adolescentes ontem (18), respondeu a processo por constrangimento ilegal. Segundo a denúncia, a qual o Campo Grande News teve acesso, ele fez adolescente tirar a roupa sob a mira de uma arma em 2013.

A garota era funcionária da lanchonete de Edmilson, no Bairro Parque do Sol, em Campo Grande. Ainda conforme investigado, desconfiado de que ela havia furtado R$ 2 mil da carteira dele, o homem foi até a casa da vítima, mandou que ela subisse na garupa de moto e a levou até o estabelecimento.

Na lanchonete, mandou que ela entrasse num quarto e que tirasse a roupa para revistá-la. Ela se recusou, mas ficou com medo porque o patrão estava armado e o obedeceu.

O dinheiro não foi encontrado e a vítima foi “libertada”, mas contou tudo à mãe quando chegou em casa. A mulher chamou a polícia.

Os policiais militares foram até o comércio e encontraram com o denunciado um revólver Smith Wesson, calibre 38, que não possuía registro. Ele foi preso por porte ilegal de arma, mas pagou fiança de saiu.

O mandado de prisão expedido contra Edmilson a pedido da operação foi pela condenação de 1 ano de prisão pelo uso da arma sem registro. Durante buscas na casa dele nessa terça-feira (18), policiais encontraram munições, também sem documentação de origem. Por isso, ele responderá pela posse ilegal.

Edmilson passou por audiência de custódia nesta manhã e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Ele também tem passagens por violência doméstica.

A operação - A Operação Araceli levou para a cadeia 30 pessoas condenadas por cometerem crimes contra crianças e adolescentes, principalmente violência sexual. Nem todos eram foragidos da Justiça.

Agentes do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), policiais civis e militares foram às ruas de ao menos 10 bairros de Campo Grande, na manhã de ontem, “à caça” de 27 alvos, dos quais 20 foram localizados.

De acordo com o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, 69ª Promotoria de Justiça, nos últimos 10 dias, durante os levantamentos de campo para as buscas marcadas para a força-tarefa, 10 pessoas foram presas.

A operação foi deflagrada no Dia Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, 18 de maio.

A data foi instituída pela Lei Federal 9.970, de 2000, escolhida em alusão ao "Caso Araceli", a menina que aos 8 anos foi raptada, drogada e violentada física e sexualmente por vários dias, antes de ser morta, ter seu corpo desfigurado por ácido e abandonado em um terreno baldio em Vitória, no Espírito Santo.  Araceli Cabrera Sánchez Crespo foi assassinada em 18 de maio de 1973. Vinte e um anos depois da criação da lei e 48 anos após a morte da criança, o crime segue impune.

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