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Capital

Usuários se revoltam com limite de 2h para atendimento em UPAs e hospitais

Alan Diógenes | 17/09/2014 15:40
Com a decisão, nas unidades de pronto atendimento, médicos poderão atender pacientes em um período de 2h. (Foto: Alessandro Martins)
Com a decisão, nas unidades de pronto atendimento, médicos poderão atender pacientes em um período de 2h. (Foto: Alessandro Martins)

A determinação do CFM (Conselho Federal de Medicina) que permite os médicos em urgência e emergência de prontos-socorros em hospitais e de UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) atenderem pacientes de médio risco em no máximo 2h revoltou a população campo-grandense. A maioria dos usuários acredita que uma pessoa doente não pode esperar tanto tempo para ser atendida.

Conforme a dona de casa Carla Valdez de Oliveira, 31 anos, o tempo estimado pelo conselho vai piorar o atendimento na área da saúde. Ela teme que o pior aconteça. “Deus me livre, a pessoa que está morrendo não pode esperar esse tempo todo. Se a pessoa se desloca da sua casa até uma unidade de saúde é por que está precisando ser atendida de imediato”, destacou.

A dona de casa Cenira Marques de Souza, 49, que tem complicações no coração e no pulmão, disse que não pode esperar o período de 2h para ser atendida. “Isso é um absurdo. Se fosse eu quando tenho crises já tinha morrido. Acredito que esse tempo de espera serve apenas para pessoas que estão gripadas ou com ferimentos leves, por exemplo,” comentou.

O autônomo Luiz Antônio Domingues, 52, que estava à espera de atendimento médico no UPA do bairro Coronel Antonino há 3h, afirmou que o tempo estipulado pelo conselho não vai ser seguido pelos gestores da saúde. “Por exemplo, aqui dentro da sala de espera tem 40 pessoas, você acha que eles irão conseguir atender todo mundo de 2h em 2h? Nunca! Isso não vai ser seguido pelos médicos. Para mim o ideal seria atender as pessoas de 90 em 90 minutos”, frisou.

As opiniões foram compartilhadas pela vigilante Denise Fátima Rodrigues, 30. “A saúde vai piorar ainda mais desta forma. Vai dar tempo até para as pessoas deitarem e dormirem nos postos de saúde,” ironizou.

As duas resoluções 2.077 e 2.079 do Conselho Federal de Medicina, publicadas na terça-feira (16) no Diário Oficial da União, também passam para os gestores da saúde a responsabilidade sobre problemas como falta de leitos e demora no atendimento. Além disso, eles deverão estabelecer fluxos, limites, obrigações e responsabilidades de médicos que trabalham em urgência e emergência.

Cenira acredita que a mudança vai prejudicar o atendimento. (Foto: Alessandro Martins)
Cenira acredita que a mudança vai prejudicar o atendimento. (Foto: Alessandro Martins)
Luiz disse que tempo no atendimento deveria ser de 90 minutos. (Foto: Alessandro Martins)
Luiz disse que tempo no atendimento deveria ser de 90 minutos. (Foto: Alessandro Martins)
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