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Vandalismo, furtos e roubos assombram moradores do Leblon

Vizinhos se organizam em grupo para trocar informações e relatam série de invasões a residências atribuídas a "nóias", contabilizando prejuízos e o medo

Humberto Marques | 17/01/2019 10:08
Imóvel no Leblon foi invadido e vandalizado, segundo proprietária; histórias semelhantes são encontradas em grande parte do bairro. (Foto: Direto das Ruas)
Imóvel no Leblon foi invadido e vandalizado, segundo proprietária; histórias semelhantes são encontradas em grande parte do bairro. (Foto: Direto das Ruas)

A história é praticamente a mesma, com diferenças que variam entre o nível dos danos causados ou da violência aplicada aos moradores. Contudo, os sentimentos de indignação, revolta e medo são os mesmos entre moradores do Jardim Leblon –no sul da Capital– por conta do aumento da violência na região.

Roubos, furtos e atos de vandalismo têm se tornado recorrentes, conforme relatos ao Campo Grande News, e em geral direcionados a moradores de rua que circulam pela região do trevo do Imbirussu e da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) que leva o nome do bairro.

Embora haja relatos de crimes ocorridos anos antes, a inauguração da UPA Leblon é vista como marco do aumento da violência no bairro. Moradores das Avenidas Cuiabá e Clineu da Costa Moraes –principal acesso ao bairro a partir do trevo– e de Ruas como a Carajás e Potiguaras vêm contabilizando prejuízos há meses, enquanto aguardam melhorias no patrulhamento a fim de conter a bandidagem.

Na madrugada desta quarta-feira (16), por exemplo, foi a vez da moradora Margarete Campos registrar danos em um imóvel de sua propriedade. “Arrebentaram com tudo, tiraram toda a fiação e quebraram o banheiro”, relatou ela, em mais um caso envolvendo invasões. “Sábado chamei três vezes a polícia para tirarem um cara da área da minha casa”, prosseguiu.

A “folga dos nóias” –como muitos vizinhos se referem aos moradores de rua que também entram nas casas– chega ao ponto de até colchões usados para que duram durante a madrugada sejam abandonados em alguns imóveis, gerando receios sobre o retorno dos mesmos. Algo comum, haja vista que muitos comércios acabaram visitados várias vezes.

Marcas de sangue em janela que, segundo moradora, foram deixadas por invasor em tentativa de furto. (Foto: Direto das Ruas)
Marcas de sangue em janela que, segundo moradora, foram deixadas por invasor em tentativa de furto. (Foto: Direto das Ruas)

“Nosso problema são os drogados e ladrões que circulam o dia inteiro pelas ruas”, declarou o proprietário de uma panificadora na região. “Eles sempre procuram uma oportunidade para levar qualquer coisa para uma boca de fumo”, disparou, também apontando que as autoridades já foram alertadas sobre a presença dos moradores de rua, porém, “dizem que não podem fazer nada porque não estão cometendo nenhum delito. Mas todos nós sabemos que são eles”.

Em grupo

Os moradores se organizaram de forma a se manterem atentos quanto a novas invasões: por meio do aplicativo WhatsApp, trocam informações acerca dos crimes cometidos –muitos dos depoimentos foram apresentados à reportagem por meio da ferramenta.

E as histórias se repetem: uma clínica veterinária invadida mais de uma vez, uma moradora que relata agressão à mãe por uma pessoa que passou de moto e a derrubou para tomar a carteira e que, após o incidente, não sai de casa por conta do medo; ou mesmo de ladrões que acabaram se ferindo nas tentativas de crime.

“Invadiu minha casa pelo muro vizinho. Ele estava portando um canivete, tentou arrombar as janelas e portas, onde acabou se cortando e deixando rastros de sangue”, contou uma moradora, mostrando fotos das marcas nas janelas sobre a tentativa de furto, ocorrida em 28 de dezembro. “Há seis anos entraram e tentaram levar minha máquina de lavar roupas, é mole?”, afirma outra vizinha.

“Aqui em casa já entraram três vezes”, relata outro morador. “Sempre tivemos problemas por aqui, mas agora está demais. Aqui em casa invadiram em maio; no vizinho, em junho, fizeram praticamente a mudança dele”, destacou.

Boa parte dos moradores aponta que a partir de 2016, com a inauguração da UPA, um maior número de pessoas suspeitas começou a ser vista circulando pelas ruas nos horários mais críticos, coincidindo também com o maior número de crimes. “Tem uma casa do lado da minha, entraram nela e fizeram um regaço. Dali já pularam para a do outro lado e levaram um monte de coisas”, disse outra vizinha.

O Campo Grande News relatou a situação às assessorias das Polícias Civil e Militar, questionando tanto sobre o volume de ocorrências quanto a respeito de possíveis ações para aumentar a sensação de segurança no Jardim Leblon, mas não obteve resposta até a veiculação desta reportagem.

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