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Capital

Velório de garoto de 16 anos é marcado por revolta e interrogações

Mariana Lopes e Paula Maciulevicius | 17/08/2012 09:51
A dor dos amigos e a lembrança de uma das paixãos de Erivelton: a bicicleta (Foto: Minamar Júnior)
A dor dos amigos e a lembrança de uma das paixãos de Erivelton: a bicicleta (Foto: Minamar Júnior)
Familiares e amigos acompanham o velório desde ontem, na igreja Assembléia de Deus, no bairro Tijuca II (Foto: Minamar Júnior)
Familiares e amigos acompanham o velório desde ontem, na igreja Assembléia de Deus, no bairro Tijuca II (Foto: Minamar Júnior)

A dor do último adeus a um garoto que morreu cedo demais e de forma trágica veio acompanhada de revolta e indagações. O assassinato de Erivelton Iniesta Pereira da Silva, 16 anos, baleado na cabeça no último sábado (11), ainda não teve um desfecho da polícia, e a família, além de custar a acreditar no que aconteceu, ainda busca uma resposta e um motivo para o crime, mesmo que isto nem chegue perto de amenizar o sofrimento de não ter mais o menino por perto.

Após quatro dias internado na Santa Casa, Erivelton teve morte cerebral na quarta-feira (15) e o corpo foi liberado para o velório somente ontem, às 22h30. Mesmo ciente da gravidade do estado do filho, Eurico Pereira, 44 anos, não encontra razão para o consolo. “Por enquanto, o que sabemos é que foi um motivo fútil, mas ainda não está apurado”, diz o pai do adolescente.

Embora acredite que tenha feito sua parte na educação do filho, Eurico aconselha diálogo dentro de casa e atenção às amizades. “Que isso sirva de alerta para as famílias, os pais precisam conversar mais com os filhos”, observa, na posição de quem não deseja a nenhum pai a dor pela qual ele passa hoje.

A madrinha do adolescente, Sirlene de Paula Iniesta Moraes, 37 anos, não acredita que o tiro tenha atingido Erivelton por acidente. “Parece que o menino que foi preso era colega do meu sobrinho e que eles sempre trocavam a bicicleta”. Essa é uma das versões que chegou à família.

Sirlene conta que foi ela quem deu a bicicleta que Erivelton estava na noite que foi baleado. “Dei de presente não tinha um mês, e ele foi montando peça por peça... Essa ele não emprestava”, lembra a madrinha.

Para Sirlene, madrinha de Erivelton, o tiro naõ foi acidental (Foto: Minamar Júnior)
Para Sirlene, madrinha de Erivelton, o tiro naõ foi acidental (Foto: Minamar Júnior)

No velório também estavam duas amigas de Erivelton que presenciaram o crime. “Ele estava de bicicleta, foi à feira do bairro e depois ia para casa de um amigo”, relembram. Mas o grupo ficou no meio do caminho e com o amigo estirado na rua.

“O cara que está preso chegou ao lado dele e deu o tiro”, contam as amigas. Elas afirmam que o Erivelto estava em cima da bicicleta e virado para a rua. “Ele nem viu o rapaz atirando... Ele só atirou e saiu correndo, e já tinha outra pessoa esperando na esquina com uma moto”, detalham.

Segundo as meninas, o autor dos disparos ameaçou de morte caso alguém o entregasse. O autor foi embora na moto com o compara, enquanto os amigos só pensavam em ajudar Erivelton. “Ele estava com o olho aberto, mas não conseguia fazer nada”, contam elas, sobre a última imagem que ficaram do garoto.

E para os amigos, o adeus a Erivelton também foi sofrido. A amiga de escola Larissa Barbosa, 14 anos, deixa escorrer uma lágrima ao falar das lembranças boas que garoto deixou. “Ele era extrovertido, brincalhão, amoroso... Nunca vai ter explicação para o que fizeram”, conta.

O velório acontece na igreja Assembléia de Deus, no bairro Tijuca II, e o sepultamento será às 15h, no Memorial Parque. Segundo a madrinha de Erivelton, os amigos dele acompanharão o cortejo de bicicleta.

Suspeito – Na quarta-feira (15), a Polícia Civil prendeu um rapaz de 18 anos por porte irregular de arma de fogo. O jovem que portava um revólver 38 é o principal suspeito de ter matado Erivelton.

A arma foi apreendida e o suspeito está detido na Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos). O caso será investigado pela 6ª Delegacia de Polícia do bairro Tijuca.

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