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Capital

Vítima de sequestro, estudante fala sobre o medo de morrer

Mariana Lopes | 15/05/2013 15:08
Delegada Maria de lourdes Cano mostra a arma com a qual a estudante foi ameaçada (Foto: João Garrigó)
Delegada Maria de lourdes Cano mostra a arma com a qual a estudante foi ameaçada (Foto: João Garrigó)

Era para ser uma quarta-feira como outra qualquer. A estudante, de 23 anos, que não teve o nome revelado, saiu da aula e, como de costume, iria direto para casa. Mas o terror começou às 16h, do dia 17 de abril, quando um homem a abordou assim que ela entrou no carro, que estava estacionado próximo ao 21 Bar e Lazer, no bairro Miguel Couto, em Campo Grande.

“Sou a pessoa mais distraída do mundo, só percebi a presença do bandido quando ele abriu a porta e mandou que eu fosse para o banco do passageiro”, conta a vítima.

Quem abordou a estudante foi Mário Neves de Queiroz Filho, de 27 anos. Ele estava com uma arma modelo garrucha, com a qual ameaçou a jovem, caso ela não fizesse o que ele mandava.

De lá, Mário passou na casa de um comparsa, Weverton Davi de Souza Antonio, 21 anos. Os dois, então, levaram a jovem para uma mata fechada, na saída para São Paulo, onde ela foi mantida em cativeiro por 4 horas.

No percurso, a estudante conta que chegou a pedir aos bandidos que a deixassem sair do carro. “Mas eles só diziam que era para eu ficar tranquila, pois em pouco tempo iriam me libertar”, relata a jovem.

Na mata, Weverton ficou responsável por cuidar da estudante, enquanto Mário levava o carro dela, um Renault Duster, para o Paraguai, onde vendeu o veículo por R$ 3 mil.

“Ele não me bateu, mas tive medo de morrer, a gente nunca sabe o que passa na cabeça dessas pessoas”, diz a estudante. Weverton ainda obrigou a vítima a telefonar para a mãe dela e dizer que estava tudo bem.

“Engoli o choro, incorporei a atriz que há em mim e conversei com a minha mãe, também fiquei com mede de eles fazerem algo contra ela, isso me deu forças”, lembra a jovem.

Por volta das 21h, depois que Weverton recebeu uma ligação de ordem para soltar a estudante, os dois seguiram pela rodovia e, próximo a uma rotatória, o bandido mandou que ela se virasse de costas e saísse correndo.

A estudante conta que pediu ajuda a um caminhoneiro, que a levou até a cidade. “Também tive medo de pedir carona a qualquer, mas pior do que estava não podia ficar, e ainda graças a Deus encontrei um senhor de bom coração”, diz, aliviada.

No total, cinco pessoas foram presas pelo sequestro da estudante e também por outros crimes liderados por Mário (de camiseta vermelha) (Foto: João Garrigó)
No total, cinco pessoas foram presas pelo sequestro da estudante e também por outros crimes liderados por Mário (de camiseta vermelha) (Foto: João Garrigó)

Orientação - Segundo a delegada titular da Defurv (Delegacia Especializada em Furtos e Roubas de Veículos), Maria de Lourdes Cano, o relato da vítima foi essencial para a investigação.

“Ela detalhou como tudo aconteceu e descreveu bem as características dos bandidos”, afirma a delegada.

Maria de Lourdes ainda ressalta a importância de a vítima conseguir manter a calma e conseguir observar cada passo dos bandidos.

“A criminalidade está cada vez mais aperfeiçoada, eles analisam o comportamento das vítimas, neste caso, ele conseguiu saber que ela costumava ficar em casa e a ausência dela poderia levantar a suspeita da família”, alerta a delegada.

Por causa disso, a titular da Defurv orienta que pais e filhos sempre mantenham o diálogo em casa, e se possível combinem um código para que, em casos de perigo, o outro possa identificar que há algo errado.

Mário e Weverton foram presos e apresentados pela polícia na manhã de hoje (15). Outras três pessoas também foram presas por envolvimento a outros crimes liderados por Mário.

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