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Cidades

Caseiro preso por duplo assassinato diz que tinha desavenças com ex-vereador

A alegação, no entanto, não explica o roubo da caminhonete, encontrada na fronteira com a Bolívia

Lucas Junot | 19/07/2017 18:35
Armas utilizadas nos crimes foram apresentadas em coletiva de imprensa no Garras (Foto: João Paulo Gonçalves)
Armas utilizadas nos crimes foram apresentadas em coletiva de imprensa no Garras (Foto: João Paulo Gonçalves)

Preso pelo duplo homicídio do ex-vereador Cristóvão Silveira e sua esposa Fátima Silveira, o caseiro Rivelino Mangelo, de 65 anos, apresentado pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) ), nesta quarta-feira (19), disse que cometeu os crimes porque estava sendo ameaçado de morte pelo patrão.

Durante depoimento ao delegado Fábio Peró, Rivelino disse que Silveira passou a ameaçá-lo depois que levou uma amante à chácara e que temia que o caseiro contasse à Fátima.

“Toda vez que ele ia pra chácara já descia armado da caminhonete. Se eu saísse de lá ele dizia que ia me matar. Ele me ameaçava. Me humilhava na frente da minha esposa e filha”, alegou o caseiro.

Questionado sobre a versão, que não explica o roubo da caminhonete L-200 do vereador – encontrada abandonada na fronteira com a Bolívia – Rivelino disse que o dinheiro não era a motivação principal do crime, mas sim as desavenças com o patrão.

Junto ao caseiro, o Garras apresentou os dois filhos de Rivelino, Alberto Nunes Mangelo, de 20 anos e Rogério Rogério Nunes Mangelo, de 19.

De acordo com o delegado, Alberto teria apenas recebido uma televisão roubada do casal em uma fazenda, distante 30 quilômetros de Aquidauana. No local também teriam sido queimadas as roupas de Diogo André dos Santos Almeida, de 19 anos e de outro suspeito, cuja identidade ainda não foi divulgada pela polícia.

Peró contou que há pelo menos uma semana Rivelino e Diogo premeditavam o crime. Eles teriam sido, segundo o delegado, os responsáveis pelos esfaqueamentos e por atear fogo ao corpo de Fátima.

A polícia não detalhou o envolvimento de Rogério nos assassinatos, mas disse que ele estava presente no momento dos crimes.

Nos áudios encontrados nos celulares apreendidos com Rivelino a polícia encontrou declarações do caseiro dizendo para Rogério e Diogo que não ajudassem no crime, ele iria matar o casal sozinho.

O delegado afirma que houve abuso sexual mas ainda aguarda os laudos da perícia para confirmação do estupro.

Os três negam ter cometido abuso sexual com a vítima, encontrada sem roupas e com parte do corpo queimado.

Todos os envolvidos têm passagens pela polícia. Rivelino por lesão corporal e violência doméstica ; Rogério por furto e lesão corporal ; Alberto por posse de arma, entre outras; Diogo tem a ficha mais extensa, com passagens por furto, roubo, tráfico, ameaça e homicídio.

Agora as acusações serão por latrocínio, associação criminosa e o possível estupro.

O caso - Por volta das 13h30, o caseiro acionou a Polícia Militar dizendo que um grupo havia invadido a chácara e feito o patrão dele refém. Ele tinha escapado para buscar ajuda. Com o pé machucado, o caseiro foi socorrido pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) à Santa Casa. A equipe policial, então, foi até a propriedade e encontrou os dois corpos no galpão da propriedade. A mulher estava parcialmente nua e queimada.

Desconfiados da versão do caseiro, os policiais do Batalhão de Choque e civis foram até a unidade de saúde e apreenderam o celular dele. No aparelho, foram encontrados vários áudios em que o caseiro, o filho e o sobrinho planejavam o roubo do veículo. Imediatamente, o caseiro foi preso e entregou os outros dois suspeitos que haviam seguido com a caminhonete para Anastácio, distante 135 quilômetros da Capital.

Na sequência, o filho do caseiro foi preso no município. A caminhonete já havia sido levada pelo terceiro suspeito para a Bolívia. O veículo foi encontrado, nesta madrugada, abandonado em Corumbá.

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