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Cidades

Clima é tenso em área de conflito; 150 policiais de folga são acionados

Michel Faustino, Mariana Castelar e Hélio de Freitas, de Dourados | 14/06/2016 16:39
Momento da chegada de uma das vítimas no Hospital São Mateus. (Foto: Miguel Vasconcellos Filho)
Momento da chegada de uma das vítimas no Hospital São Mateus. (Foto: Miguel Vasconcellos Filho)

O clima na região da fazenda Yvu, próximo a aldeia Te’yikuê, em Caarapó, município a 283 quilômetros de Campo Grande, continua tenso. Grupo de 150 policiais militares que estavam de folga foi acionado para seguir até a área, onde o agente de saúde indígena Clodioudo Aguile Rodrigues dos Santos (20), filho do vice-capitão da reserva, Leonardo Isnardi, morreu e pelo menos seis pessoas ficaram feridos, durante confronto entre produtores rurais e índios, nesta terça-feira (14).

A informação do comando da PM, em Caarapó, é de que três policiais também ficaram feridos, totalizando oito pessoas. Os militares foram ao local para escoltar os bombeiros durante o resgate dos feridos e foram rendidos pelos indígenas depois que o pneu da viatura furou.

Após o confronto com os produtores, que teriam ido à área invadida para libertar funcionários que estariam sendo mantidos como reféns, os índios bloquearam a estrada MS-280, que corta a aldeia Tey Kuê. Revoltado por não conseguir passar, o motorista de um caminhão teria jogado o veículo contra os índios, que teriam colocado fogo no veículo.

O sindicato rural do município informou que o presidente da entidade foi para a região do conflito em busca de mais informações. A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) também apura o que aconteceu.

O prefeito do município, Mário Valério (PR), informou que quatro dos feridos foram transferidos para Dourados por conta da gravidade dos ferimentos. Há informações de mais feridos na aldeia, disse ele, mas os policiais e bombeiros não conseguem entrar no local.

"A situação é crítica, estamos reunidos com as forças de segurança e a prefeitura está dando assistência na cidade, mobilizando viaturas e médicos para socorrer e transportar os feridos", afirmou.

O indígena Elvis Terena, que está acompanhando o caso, recebeu a informação de uma pessoa que está no local, de que houve mais uma morte, subindo para duas. Segundo ele, são cerca de 15 índios feridos, mais de 1 mil fazendeiros e funcionários sitiando a área e bloqueando a entrada da fazenda.

"Ninguém entra ou sai do local e não há como socorrer as vítimas", disse. A informação sobre a morte não foi confirmada.

A informação é de que a área invadida pertence a uma pecuarista de 59 anos de idade, que registrou boletim de ocorrência sobre a invasão e disse que o caseiro, a mulher dele e uma criança de oito meses estariam como reféns dos índios.

Identificação – Os cinco indígenas feridos durante o confronto foram identificados como Jesus de Souza e Lidercio Marques Duarte, que estão no Hospital da Vida, em Dourados; Katalina Rodrigues de Souza, Valdirio Garcia e Norivaldo Mendes, que estão no Hospital São Matheus, em Caarapó. O estado de saúde deles ainda não foi divulgado.

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