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Cidades

Com cidade em alerta, remédio contra gripe só é encontrado nos postos

Natalia Yahn | 05/04/2016 08:39
Farmácias dos postos de saúde estão abastecidas com Tamiflu. (Foto: Fernando Antunes)
Farmácias dos postos de saúde estão abastecidas com Tamiflu. (Foto: Fernando Antunes)

Em alerta por conta dos casos de H1N1 – também chamada de gripe suína –, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) reforçou os estoques do antiviral oseltamivir, conhecido comercialmente como Tamiflu, nos postos de saúde de Campo Grande. A Capital já tem 18 casos da doença notificados desde o início do ano, dois foram confirmados como H1N1.

O remédio é recomendado pelo Ministério da Saúde, para que seja receitado a todos os pacientes com gripe, que moram nos estados com maior circulação do vírus influenza A (H1N1 e H3N2). O medicamento está disponível apenas na rede pública, para pacientes que apresentarem os sintomas da gripe.

A reportagem do Campo Grande News procurou o remédio em farmácias da Capital, mas não estava disponível em nenhuma delas. Em todas os atendentes informaram que o Tamiflu é oferecido apenas nos postos de saúde

A presidente do CRF-MS (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul), Kelle Slavec, afirmou que apenas um laboratório do País produz o medicamento e há dois anos existe desabastecimento. “É difícil comprar, não consta nem nas distribuidoras. Acredito que o laboratório está focado em atender o Ministério e as Secretarias de Saúde, porque não tem estoque ou o governo comprou tudo já que os casos de gripe começaram antes do previsto”.

O preço da caixa do Tamiflu com dez comprimidos custa entre R$ 177,96 a R$ 218,05, e devido ao alto custo a população pode ser beneficiada já que está disponível de graça nos postos. “Por um lado é bom ter na rede pública, porque muitas pessoas que ficam resfriadas ou acham que estão com gripe acabam comprando o remédio, que é tarjado, mas não tem a venda controlada. É vendido sob prescrição médica, mas não tem controle”, acredita Kelle.

Na terça-feira (29), o Ministério da Saúde emitiu uma nota esclarecendo sobre tratamento e vacinação contra gripe. “A rede pública tem estoque suficiente em todo o Brasil do medicamento Oseltamivir (Tamiflu) para o tratamento da gripe. É importante que o produto seja administrado nas 48 horas do início dos sintomas e que a pessoa com suspeita de gripe procure atendimento médico imediatamente”.

O Ministério também informou que “o produto está disponível nas unidades públicas de saúde com receita médica simples, de acordo com o protocolo de tratamento de influenza, e não há necessidade de realização de teste laboratorial”.

Até este momento, o Brasil dispõe de 1,025 milhões de tratamentos em estoque e vai receber mais 1,575, e por isso o Ministério afirma que há medicamento suficiente para atender os estados já que em todo o ano de 2013 – o de maior uso do medicamento –, foram utilizados 2 milhões de tratamentos com oseltamivir.

Prevenção - O Ministério da Saúde alertou ainda que, além da vacinação, a população deve adotar medidas de prevenção para evitar a infecção por gripe. Ações de higiene, como lavar sempre as mãos e evitar locais com aglomeração de pessoas que facilitam a transmissão de doenças respiratórias, cobrir a boca com o braço ao tossir ou espirrar, utilizar álcool gel nas mãos e, caso julgue necessário, utilizar máscara de proteção.

Desde o dia 1º de abril, teve inicia o envio aos estados da vacina contra a influenza de 2016, mas a entrega aos municípios, por sua vez, é responsabilidade dos estados. A campanha acontece em todo o País do dia 30 de abril a 20 de maio.

Nas três primeiras remessas (1º a 15 de abril), os estados receberão 25,6 milhões de doses, que corresponde a 48% do total a ser enviado para a campanha deste ano. Desse montante, serão entregues 5,7 milhões de doses para São Paulo. O Centro-Oeste vai receber 1.828.900 doses da vacina, mas até agora a SES (Secretaria de Estado de Saúde) afirmou que nenhuma dose chegou ao Estado. 

A partir do recebimento das vacinas, os estados podem definir estratégias de contenção, conforme suas análises de risco, para a vacinação da população-alvo, observando a reserva adequada do produto para a campanha nacional. O cronograma de distribuição aos estados é elaborado de acordo com a entrega da vacina pelo laboratório produtor. As vacinas serão enviadas em seis remessas.

A Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza tem como objetivo reduzir as complicações e as internações decorrentes das infecções pelo vírus na população alvo da campanha, como gestantes, idosos e pessoas com comorbidades, as quais têm mais risco de adoecer.

No ano passado, a Campanha imunizou 84,3% do público-alvo, ultrapassando a meta de vacinar 80% do público alvo, formado por 49,7 milhões de pessoas consideradas com mais riscos de desenvolver complicações causadas pela doença.

Casos - Na quarta-feira (30), a SES confirmou a segunda morte por gripe H1N1, em Mato Grosso do Sul. Conforme boletim epidemiológico divulgado, a vítima foi um homem, que não teve a identidade divulgada, da cidade de São Gabriel do Oeste, a 140 quilômetros de Campo Grande.

A primeira morte confirmada este ano foi na cidade de Corumbá, a 420 quilômetros da Capital. A Secretaria investiga ainda o caso de uma menina de um ano e onze meses, que morreu em Dourados, e pode ser a terceira vítima da H1N1, neste ano. A menina estava internada deste o dia 28 de março, no HU (Hospital Universitário), com quadro de pneumonia. O hospital ainda aguarda o resultado dos exames e o caso ainda não foi notificado.

Conforme o boletim da SES, do inicio do ano até hoje foram 73 casos suspeitos de influenza foram notificados. Deste total, cinco foram confirmados por H1N1. Em 2015, foram sete óbitos registrados em decorrência da doença.

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