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Cidades

Corpo de Eliane tinha pedaços de camisa de empresário

Redação | 15/07/2010 10:22

O coordenador de divisão do IMOL (Instituto Médico Legal e Odontológico), Marco Antônio Araújo de Melo, informou hoje de manhã que o corpo da arquiteta Eliane Nogueira, esganada e queimada ainda viva, na madrugada do dia 2 de julho, tinha vestígios de tecido que, ao que tudo indica, é da camisa usada pelo marido dela, o empresário Luiz Afonso Andrade, o único suspeito do crime e contra o qual pesam todas as evidências. Ele deve ser indiciado ainda hoje pelo assassinato.

Luiz Afonso mentiu sobre as roupas que usava na noite do crime, apresentando à Polícia uma camisa diferente da que vestia, conforme comprovaram fotografias tiradas por amigos que estavam com o casal em uma festa, pouco antes da morte da arquiteta.

Um dos servidores do IMOL percebeu que havia partes de uma camisa grudada ao corpo e confrontou com a foto. Os pedaços da roupa podem ter sido rasgados durante briga que antecedeu a morte. Depois, Luiz Afonso trocou a camisa por uma camiseta.

A contradição foi um dos primeiros elementos que levou a Polícia a pedir a prisão temporária do empresário.

Segundo o médico legista, o tecido grudado no corpo da Eliane era compatível com o material da camisa que ele usava na festa, conforme foto entregue por amigos da vítima.

Já as imagens gravadas pelo circuito de segurança de uma conveniência localizada a 1 km do local em o carro de Eliane foi queimado com ela dentro, momentos antes do fogo, apontam que ele usava já uma outra roupa, uma camiseta preta.

Os exames não apontam com exatidão o horário em que Eliane teria sido queimada, mas comprovam que ela ainda respirava. Quanto ao desfalecimento da arquiteta, após ser esganada, a perícia acredita que tenha ocorrido à 1h30. O carro foi incendiado em um local ermo na região do Tiradentes.

O médico legista se mostrou chocado com a crueldade do crime. "Esganar já é cruel porque é uma morte demorada e agônica", disse, ressaltando que depois a arquiteta ainda foi queimada viva.

O que revela que ela estava viva quando foi queimada é que um dos pulmões foi preservado e tinha fumaça, ou seja, ela estava respirando quando teve o corpo incendiado.

Para Marco Antônio, o fogo foi determinante para a morte da arquiteta. "Talvez ela estivesse viva", disse, ao ser questionado pelo delegado, Wellington de Oliveira.

O delegado assegurou que ainda hoje Luiz Afonso deve ser indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil, emprego de fogo e incêndio, uma vez que o fogo que ateou ao corpo de Eliane e carro se alastrou pela vegetação e poderia ter tomado proporção maior. Com base no inquérito, será pedida a prisão preventiva de Luiz Afonso.

Sem dinheiro - A qualificação do motivo fútil se dá por conta de evidências de ciúmes e problemas financeiros. Eliane iria fazer um empréstimo de R$ 60 mil para Luiz Afonso, que estava em situação difícil, mas a família teria a convencido a não fazer. Ele chegou a mandar um e-mail para Eliane dizendo que preferia morrer a se divorciar.

Pela manhã, presta depoimento um taxista que já reconheceu Luiz Afonso como o homem que atendeu depois do assassinato, o que confirma a possível rota de fuga traçada pela Polícia.

Do local onde foi incendiado o carro de Eliane, Luiz Afonso saiu a pé, seguindo pela Avenida Três Barras e de lá foi para o ponto de táxi na rua Joaquim Murtinho, esquina com a Bahia. O taxista levou o empresário até o local onde estava o carro dele, próximo a um hipermercado localizado na rua Maracaju, entre a Arthur Jorge e 13 de junho.

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