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Cidades

Demora na liberação de corpo revolta família de vítima de acidente aéreo

Michel Faustino | 11/06/2015 19:40
Luzia atuava nas aldeias indígenas na região de Atalaia do Norte, onde tinha residência fixa. Mas passava suas folgas em Campo Grande. (Foto: Reprodução/Facebook)
Luzia atuava nas aldeias indígenas na região de Atalaia do Norte, onde tinha residência fixa. Mas passava suas folgas em Campo Grande. (Foto: Reprodução/Facebook)

Familiares da enfermeira sul-mato-grossense, Luzia Fernandes Pereira, 48 anos, uma das vítimas de um acidente com um helicóptero, que caiu nas proximidades da cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas, reclamam da demora na liberação do corpo. O corpo da enfermeira e dos outros quatro ocupantes da aeronave estão retidos desde o dia 03 deste mês no IML (Instituto Médico Legal) de Tabatinga (AM).

Luzia atuava nas aldeias indígenas na região de Atalaia do Norte, onde tinha residência fixa. Mas passava suas folgas em Campo Grande, cidade em que moram dois dos três filhos e três netas.

Segundo o capitão da Polícia Militar Renato José de Souza, ex-marido de Luzia, a investigação do caso está a cargo da delegacia de Polícia Federal de Tabatinga e devido a violência do acidente, a identificação só será possível através dos exames de DNA.

De acordo com Renato, no feriado do dia 04 de junho, o delegado responsável pelo caso viajou e até momento não retornou, devido ao acréscimo de mais dois de folga, travando o andamento do processo.

Segundo ele, a situação é revoltante, tendo em vista que as famílias das vítimas já celebraram até mesmo missa de sétimo dia pelas morte, no entanto, até o momento não tem nenhuma previsão para o sepultamento.

Um dos filhos de Luzia, Yuri Fernandes de Souza, que também é militar, está há mais de uma semana em Tabatinga acompanhando os procedimentos para identificação do corpo da mãe.

Na tarde de hoje (11), ele representou junto ao Ministério Público Federal, uma denúncia do descaso da Polícia Federal de Tabatinga, na condução das providências necessárias à identificação das vitimas e liberação dos corpos para as famílias.

As cinco vítimas, o piloto Alexandre Felix Souza, a enfermeira Luzia Fernandes Pereira (no centro acima), as indígenas Marcelânia Souza da Silva, (centro abaixo) intérprete das grávidas Marceleia Cruz dos Santos Marubo e Luciana Guedes do Carmo (à direita) (Foto: Divulgação site/acritica.com)
As cinco vítimas, o piloto Alexandre Felix Souza, a enfermeira Luzia Fernandes Pereira (no centro acima), as indígenas Marcelânia Souza da Silva, (centro abaixo) intérprete das grávidas Marceleia Cruz dos Santos Marubo e Luciana Guedes do Carmo (à direita) (Foto: Divulgação site/acritica.com)

As vítimas - O piloto da aeronave Alexandre Felix Souza, a enfermeira sul-mato-grossense Luzia Fernandes Pereira, as indígenas Marcelânia Souza da Silva, na condição de acompanhante e intérprete das grávidas Marceleia Cruz dos Santos Marubo e Luciana Guedes do Carmo.

Acidente - A aeronave estava desaparecida desde o final da tarde de sexta-feira (29/5), quando fazia o transporte das grávidas da aldeia Pentiaquinho, no Vale do Javari, em Atalaia do Norte para Tabatinga, respectivamente a 1.130 e 1.108 km de Manaus.

Segundo a FAB, o acidente ocorreu nas imediações da cabeceira do Igarapé São João, próximo da cidade de Atalaia do Norte. As condições descritas do local do acidente indicam que o helicóptero da Moreto Táxi Aéreo se chocou a uma velocidade de 240 km por hora contra uma árvore samaumeira na hora da queda. Apesar do forte impacto, a aeronave não explodiu o que indica que estaria com pouco combustível. As equipes de resgate encontraram um pequeno vestígio de fogo em uma árvore.

Resgate - Os corpos das vítimas do acidente com um helicóptero em Atalaia do Norte, no Amazonas, foram resgatados no final da tarde desta quarta-feira (3) e levados para Tabatinga. Em razão da mutilação sofrida pelo impacto da aeronave com o solo e o estado de decomposição, serão encaminhados para Brasília para identificação por meio de exames de DNA.

A viagem - O helicóptero que caiu, modelo Esquilo prefixo PR-ADA da Moreto Táxi Aéreo, sumiu dos radares no dia 29 de maio após fazer a remoção de emergência de uma indígena grávida com hemorragia, Marcelina Cruz dos Santos Morubo, em uma comunidade no Alto Ituí.

O piloto e a enfermeira eram funcionários do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei/Javari), da Sesai, e saíram para o resgate das pacientes por volta das 15h do dia 29. A aeronave desapareceu exatamente às 18h17min conforme o site www.aerosmart.com.br, que fornece a rota da aeronave em operação.

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