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Cidades

Em casa, jovem espancada relata terror que viveu na BA

Viviane Oliveira e Luciana Brazil | 05/11/2012 19:35
Ainda se recuperando, Joevellyn conta os momentos de terror que viveu em Salvador.  (Foto: Minamar Júnior)
Ainda se recuperando, Joevellyn conta os momentos de terror que viveu em Salvador. (Foto: Minamar Júnior)

A campo-grandense Joevellyn Aghata Martins, 18 anos, encontrada com sinais de violência no último dia (16) no Parque São Cristovão, em Salvador (BA), disse que foi assaltada, agredida e drogada por um homem e que não se recorda de tudo o que aconteceu.

Em entrevista ao Campo Grande News, na manhã desta segunda-feira (5), Joevellyn relembra os momentos de terror que passou na capital baiana. A jovem viajou no dia 13 de outubro para encontrar a amiga, Jezebel, que conheceu pelo Facebook.

A jovem contou que a intenção dela era ficar dez dias em Salvador na casa da amiga. Porém, no primeiro dia de estadia viu Jesebel discutindo com o marido, após perguntar o que tinha para comer. “Eu escutei ele falando para ela que colava dinheiro em casa e não ganhava nada em troca”, disse.

Sem graça com a situação, Joevellyn saiu em busca de alguma coisa para comer. Quando voltava para casa encontrou um rapaz, que pareceu conhecer a amiga e se demonstrou simpático com ela.

Quando estava na frente da casa da amiga, ligou três vezes no celular de Jezebel e ela não atendeu nenhuma das ligações. Ao colocar o celular na bolsa, o rapaz anunciou o assalto, disse que estava armado e a levou para uma casa abandonada.

Após agredi-la ele falava para não gritar, porque no local havia gente. O homem pedia dinheiro o tempo todo. “Só lembro quando ele me deu um pó branco para cheirar e depois disso não vi mais nada”, relata.

Segundo a mãe da jovem, Elaine Freitas Portilho, os médicos disseram que ela não tinha marcas de violência sexual, porém recebeu medicação preventiva contra Aids.

(Foto: Minamar Júnior)
(Foto: Minamar Júnior)

Amiga virtual - Joevellyn conta que desde quando chegou à cidade, achou a amiga virtual estranha. “Ela tinha ciúmes de mim com os meus amigos”, disse, acrescentando que Jezebel falava que havia separado do marido.

Conforme a mãe, a filha deveria ter ligado para ela no mesmo momento que as coisas começaram dar errado. “Percebei que Jezebel não era uma pessoa boa quando fui comunicada do desaparecimento só depois de dois dias”, destaca. Para ela, a amiga virtual está envolvida no caso.

“Ela parecia ser tão séria e certinha”, disse Elaine.

Para ela, o importante agora é ficar perto da filha que nasceu de novo. “Foi um milagre, o aniversário dela será comemorado duas vezes”.

Joevelly foi encontrada com larvas no olho e na boca, com dificuldade de respirar e com sinais de violência. Ela ficou cinco dias em coma induzido e oito dias no CTI (Centro de Terapia Intensiva).

Com planos para o futuro e ainda se recuperando do susto, a estudante disse que pretende cursar faculdade de Engenharia Civil.

O caso - Joevellyn foi passar o feriado na casa de Jezebel, amiga que mantinha contato a cerca de três anos pela internet. Ela saiu de Campo Grande no dia 12 de outubro e entrou em contato com a família no sábado (13), às 15h, para dizer que havia se encontrado com a amiga no aeroporto, conforme combinado, e estava tudo bem.

Após esse telefonema, o celular dela passou a ficar desligado e a família não conseguiu mais contato. Só na segunda-feira (15) os familiares souberam do desaparecimento da jovem após uma ligação de Jezebel.

De acordo com as investigações, as duas amigas discutiram no sábado à noite e Joevellyn resolveu sair para se divertir sozinha. A amiga virtual informou que a jovem foi para um bar, depois seguiu para outro estabelecimento para comprar cigarros, onde encontrou um grupo de pessoas que a convidou para ir a uma festa.

Depoimento - Ao deixar o hospital do Subúrbio, na última sexta-feira (2), Joevellyn prestou depoimento à Polícia Civil da Bahia. A assessoria de comunicação do órgão se negou a fornecer qualquer detalhe sobre as declarações dadas pela jovem, mas disse que o relato dela “não acrescentou muito ao que a polícia já estava investigando”.

Quatro pessoas são apontadas como suspeitas, mas ninguém foi preso até agora. A investigação ainda está em andamento.

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