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Cidades

HU mantém CTI isolada, mas nega mortes por infecção

Redação | 17/03/2009 15:33

O Hospital Universitário garantiu nesta tarde que os dois pacientes que faleceram no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do hospital neste mês já haviam 'negativado' a contaminação da bactéria acinetobacter. A direção do hospital nega que os pacientes tenham falecido por conta da bactéria, e alega que o estado de saúde deles era grave.

O centro ainda está interditado e tem quatro pacientes internados. Segundo o hospital, apenas uma mulher de 75 anos está contaminada. Dois outros pacientes tiveram a bactéria negativada e um deles não foi contaminado, mas permanece na unidade porque precisa da ajuda de aparelhos para respirar.

De acordo com o diretor clínico do HU, Neimar Gardenal, os resultados dos exames feitos nos dois pacientes mostraram que eles não estavam mais contaminados. "Os exames mostraram que no dia da morte eles não estavam com a bactéria", afirma.

O CTI permanece isolado até que a última paciente com acinetobacter deixe de apresentar a bactéria. Depois disso, o setor deverá passar por um processo de desinfecção, para eliminar o risco de que novos pacientes sejam contaminados. Ainda não há previsão de quando isso será feito.

Surto - A contaminação da bactéria acinetobacter foi constatada no CTI do hospital no dia 06 de março deste ano. No mesmo dia, o centro foi interditado e deixou de receber novos pacientes.

Três dias depois morreu o primeiro paciente no local depois do isolamento, um senhor de 76 anos cuja identidade não foi divulgada. No dia quinze deste mês, faleceu Alan Ortega, de 43 anos, que também estava no CTI do HU.

De acordo com o diretor clínico do hospital, não é possível precisar como surgiu a infecção por conta da bactéria. Mas, afirma que a contaminação pode ter ocorrido de três formas.

A primeira delas é que algum paciente do CTI tenha adquirido resistência aos antibióticos e desenvolvido a acinetobacter. Depois disso, ela teria se espalhado pelos outros pacientes internados.

Outra possibilidade é que ela tenha vindo de outro setor do hospital. "Os pacientes que vêm para o CTI geralmente passaram muito tempo na enfermaria", explica o diretor. Mesmo assim, a direção garante que não há ocorrência de contaminação em outros setores do HU.

A terceira hipótese é que ela tenha sido trazida de outro hospital. Contudo, o médico explica que não é viável identificar como teve início a contaminação do primeiro paciente.

Vistoria - Após a interdição no CTI do HU, o MPF (Ministério Público Federal) solicitou esclarecimentos sobre o caso, e acionou a vigilância sanitária para fazer uma inspeção no centro onde havia contaminação com a bactéria e na CTI-neonatal.

Mas, o diretor clínico do HU, Neimar Gardenal, afirma que o hospital ainda não recebeu nenhuma notificação oficial sobre a vistoria no CTI. "Eles (Vigilância Sanitária) não foram fazer nenhuma investigação no CTI", diz.

De acordo com o médico, as vistorias feitas pela Vigilância Sanitária e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) referem-se a denúncias feitas ainda em 2008. Quando o surto da bactéria surgiu, eles já vistoriavam o hospital para verificar as irregularidades constatadas no ano passado.

Mas, ele nega que tenha sido feita alguma inspeção específica no CTI por conta da contaminação por acinetobacter e afirma que a direção aguarda o comunicado para a inspeção específica no setor.

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