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Capital

Entre alívio e dúvidas, obra do Exército em ruas da Capital completa 100 dias

Convênio entre Prefeitura e Exército prevê recapeação das avenidas Bandeirantes, Marechal Deodoro e das ruas Brilhantes e Guia Lopes

Yarima Mecchi | 27/05/2017 09:16
Exército na Rua Brilhante. (Foto: Yarima Mecchi)
Exército na Rua Brilhante. (Foto: Yarima Mecchi)

obra do Exército de recapeamento de quatro vias de Campo Grande no chamado 'corredor sudoeste do transporte coletivo', chegou ao 100º dia na quarta-feira (24). A corporação ainda não apresentou um balanço público sobre o que já foi feito e, enquanto isso não ocorre, moradores se dividem entre o alívio pela execução do projeto, no papel desde 2014, e dúvidas quanto à execução e os transtornos nas imediações.

As obras só foram destravadas na atual gestão, usando recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para efetivação do convênio com os militares. Os trabalhos começaram no dia 13 de fevereiro.

O acordo entre prefeitura e Exército prevê a recapeamento das avenidas Bandeirantes e Marechal Deodoro, além das ruas Brilhantes e Guia Lopes – que formam o corredor sudoeste do transporte coletivo. Devem ser gastos R$ 24 milhões em 12 km de obras.

Na quarta passada, os militares interditaram o trânsito de veículos no trecho das ruas Guia Lopes e Brilhante, entre a Salgado Filho e Argemiro Fialho. Um incômodo inevitável aos moradores. Com o serviço sendo feito por etapas, há dúvida em quem acompanha a obra de perto.

"Eles param o trânsito, fazem uma parte e deixam outra sem fazer. Vão adiante e depois voltam para terminar outra coisa", ressaltou o morador da Rua Guia Lopes, Antônio Carlos Oliveira, de 45 anos.

Com o trânsito interditado, apenas clientes de uma academia que fica na Rua Guia Lopes e moradores estão sendo autorizados a passar de carro. Antônio também reclama que a demora em concluir as obras em alguns trechos danifica os carros e afasta clientes do comércio.

"A rua está toda emendada, até a Brilhante. Eles fazem a pista do meio, mas não fazem acostamento ou deixam uma parte sem fazer e faz metade da pista. Detona os carros, fora que aqui na borracharia ninguém mais para", disse, se referindo ao estabelecimento que fica no cruzamento das ruas Guia Lopes e Paissandú.

Outro morador, que não quis se identificar, reclamou que os condutores passam em alta velocidade no cruzamento, sem sinalização. "Aqui eles descem com tudo, não respeitam a sinalização. O Exército não fez os cruzamentos ainda e a sinalização quase não existe no outro lado. Acidente é direto, os motoritas não se cuidam. Acrediamos que vai melhorar, mas demora".

Para quem entra na Rua Guia Lopes pela Avenida Afonso Pena tem que ficar atento porque a pista da esquerda está parcialmente interditada. Outra parte que também há máquinas trabalhando na pista é na Rua Brilhante, entre a Guia Lopes e a Argemiro Fialho. 

Rua Guia Lopes Interditada. (Foto: Yarima Mecchi)
Rua Guia Lopes Interditada. (Foto: Yarima Mecchi)

O vendedor da uma floricultura que fica neste cruzamento, Guilherme Zanchett, de 37 anos, disse que o local não perdeu movimento porque fica na esquina, mas outros comerciantes reclamam quando o trânsito é interditado. Ele pondera que mesmo com os transtornos da obra, as mudanças vão gerar melhorias.

"O pessoal de meio de quadro sofre, mas o que tem me preocupado e estou com dúvidas é sobre esses pontos de ônibus que serão feitos no meio da rua. Disseram que é para melhorar e esperamos que melhore. Queremos que melhore", destacou.

Os condutores que passam pela Rua Brilhante, a partir da Rua Guia Lopes até o cruzamento com Rua Aduie Rezek, reclamam que a via esta com muito desnível porque o recapeamento está sendo feito parcialmente. A partir deste ponto ainda não houve intervenção do Exército.

Ao longo da via existem pontos parcialmente recapeados e outros ainda sem intervenção do Exército. 

Obra - Nos primeiros 50 dias de execução do convênio o Exército informou que dos R$ 24 milhões pagos pela administração municipal, apenas R$ 650 mil foram usados. O dinheiro é liberado conforme as obras avançam.

Com relação aos pontos de ônibus no meio da via, a Prefeitura de Campo Grande já informou anteriormente que os ônibus vão circular pela esquerda em toda a via. Conforme nota da assessoria, haverá sinalização vertical com placas indicativas e horizontal com travessia pedestres e estudantes.

Serão cinco etapas. A primeira consiste em fresagem, demolição de canteiros e meio-fio, e escavação de vala de drenagem; na fase dois, serão realizados assentamento de tubos, dispositivo de drenagem, fechamento de valas e infraestrutura semafórica; na fase 3, acontecem recapeamento e pavimento flexível novo; na quarta etapa, serão feitos pavimento rígido e meio-fio; e, por fim, acessibilidade e proteção vegetal.

O recapeamento das quatro vias deve ser concluído em dois anos. A reportagem procurou por pelo menos cinco dias o Exército para saber qual etapa está sendo realizada na obra, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.

Parte do asfalto recapeado e parte ainda sem intervenção na Rua Guia Lopes. (Foto: Yarima Mecchi)
Parte do asfalto recapeado e parte ainda sem intervenção na Rua Guia Lopes. (Foto: Yarima Mecchi)

PAC Mobilidade - As intervenções integram o Projeto de Mobilidade Urbana, orçado em R$ 141 milhões, sendo R$ 110 milhões de um financiamento contratado junto a Caixa e mais R$ 31 milhões de contrapartida.

O projeto prevê ainda criação de outros dois corredores do transporte coletivo, (sul e norte), construção de um viaduto na rotatória das avenidas Gury Marques e Interlagos, além de quatro novos terminais (Parati, Tiradentes, Cafezais e São Francisco) e a reforma do Terminal Morenão.

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