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“Tava alucinado de droga”, diz assaltante que matou cabeleireiro

Trio afirma que intenção não era matar, mas bandido que ficou no cativeiro confessou ter espancado e matado cabeleireiro com duas facadas no pescoço por “não gostar de viado”

Helio de Freitas, de Dourados | 27/08/2018 10:17
Josimar (centro) matou cabeleireiro; Weliton (à direita) e Marcus participaram do latrocínio (Foto: Adilson Domingos)
Josimar (centro) matou cabeleireiro; Weliton (à direita) e Marcus participaram do latrocínio (Foto: Adilson Domingos)

A Polícia Civil apresentou hoje (27) os três bandidos que assaltaram e mataram o cabeleireiro Heberson Junior Cavalcante de Almeida, 29. Ele tinha um estúdio de beleza no bairro Cophavila, em Campo Grande, e foi morto no dia 10 deste mês em Dourados, cidade a 233 km da Capital.

De acordo com o delegado Rodolfo Daltro, do SIG (Serviço de Investigações Gerais), Heberson foi vítima de latrocínio (roubo seguido de morte), mas um dos bandidos confessou ter espancado e matado o rapaz por “não gostar de viado”.

Estão presos Marcos Vicente Ciardulo, 23, o “Gordão”, Josimar da Silva Lemos, 30, e Wellington Cardoso, 29. Os três assaltaram o cabeleireiro na noite de 10 de agosto para roubar o carro da vítima, um Ford Fiesta branco.

Levado para o cativeiro em uma construção abandonada no Jardim Carisma, região norte da cidade, Heberson ficou sendo vigiado por Josimar enquanto os dois vendiam o carro no Paraguai.

“Estava alucinado de tanta droga. Ele quis reagir. Quando vi o que tinha feito saí correndo para o mato”, disse Josimar em entrevista à rádio Grande FM, nesta manhã. Heberson foi encontrado com as mãos e os pés amarrados.

Josimar afirmou não se lembrar de ter espancado o cabeleireiro, que tinha várias lesões no rosto. Entretanto, segundo o delegado, o bandido confessou que bateu em Heberson por ele ser homossexual.

A morte – Heberson tinha vindo a Dourados no dia 10 para atender antigas clientes, segundo a polícia. Na noite daquele dia, ele saiu com amigos para jantar e depois desapareceu. O corpo foi encontrado na manhã do dia 13. Além de ter sido agredido no rosto, o rapaz apresentava duas perfurações no pescoço.

“Mediante ininterruptas diligências, o SIG apurou que o carro havia sido vendido na cidade paraguaia de Capitán Bado. Foi o Weliton que dirigiu o carro de Dourados ao Paraguai”, informou o delegado. O bandido foi preso na sexta-feira (24).

“Como demonstravam os indícios, o Heberson foi abordado por Marcus ao sair de uma conveniência por volta de 23h do dia 10. Foi rendido e levado para uma construção, onde foi amarrado. Josimar foi destacado para cuidar da vítima no cativeiro enquanto o carro era levado para o Paraguai”, explicou Rodolfo Daltro.

Marcus saiu do cativeiro para comprar uma porção de pasta base de cocaína e quando retornou, segundo a versão que apresentou à polícia, encontrou Heberson morto.

“Josimar confessou que uma hora após ficar com Heberson no cativeiro o matou a golpes de faca. Confessou ainda que agrediu a vitima violentamente no rosto em razão de não gostar de homossexuais, uma vez que ao ficar preso durante nove anos se desentendeu com uma pessoa na cadeia que teria essa opção sexual”, disse o delegado.

Weliton e Marcus alegam não terem combinado com Josimar a morte de Heberson. “Não era para matar”, disse Marcus ao ser apresentado nesta manhã. A faca de açougueiro usada no crime foi encontrada no mato, perto do local onde o cabeleireiro foi morto.

Outro assalto – Com várias passagens pela policia, os três bandidos já tinham assaltado um taxista no dia 8 deste mês em Dourados. Segundo Rodolfo Daltro, Josimar e Weliton, a mando de Marcus, renderam o taxista no terminal rodoviário de Dourados para levá-lo para o mesmo cativeiro onde Heberson foi morto.

Entretanto, o taxista entrou em luta corporal com Weliton e Josimar e foi atingido com um golpe de faca no pescoço. Mesmo ferido o taxista conseguiu escapar dos assaltantes. Eles também confessaram o crime.

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