Agepen fecha lavanderia em presídio e diz que segue recomendação do MP
Ontem o Campo Grande News mostrou que sindicato de agentes alertou para risco de contaminação; local lavava roupas de hospitais

Foi fechada nesta sexta-feira (27) a lavanderia que funciona dentro da PED (Penitenciária Estadual de Dourados). A medida foi tomada pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) um dia após o Campo Grande News revelar preocupação de presos e policiais penais com contágio durante a pandemia do novo coronavírus, já que a lavanderia recebe roupas do Hospital da Vida e da UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
Em ofícios enviados à Agepen, ao Ministério Público e às secretarias estaduais de Segurança Pública e de Saúde, o Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul) cobrou a desativação imediata da lavanderia alegando que o funcionamento contraria a própria agência que mandou suspender nas cadeias todas as atividades não essenciais durante a pandemia.
A lavanderia funciona através de convênio entre a Agepen e a empresa Bataline & Gomes, que tem nome fantasia de Global Serv Prestadora de Serviços. A empresa foi contratada pela Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde) e recebe R$ 112 mil por mês para lavar as roupas do hospital e da UPA. Os presos que trabalham na lavanderia ganham 80% do salário mínimo e diminuem um dia da pena para cada três trabalhados.
Em nota encaminhada ao Campo Grande News, a Agepen confirma a desativação, mas diz que tomou a decisão seguindo orientação do Ministério Público e não devido à reivindicação do sindicato.
“Todas as oficinas de trabalho por meio de parcerias com empresas nos presídios haviam sido suspensas por determinação da Agepen. A lavanderia, no entanto, por ser considerada serviço essencial, por atender o hospital da cidade, se manteve funcionando e o diretor da PED, na última segunda-feira, pediu manifestação ao Ministério Público quanto à suspensão ou não da lavanderia. O MP respondeu agora e manifestou pela paralisação do serviço. O que foi feito”, afirmou a agência através da assessoria de imprensa.
Em entrevista a rádios de Dourados, o representante da Global Serv disse que a empresa deve recorrer à Justiça para retomar o serviço, já que possui convênio com a Agepen.