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Interior

Com 534 casos notificados em 22 dias, Corumbá vive epidemia de dengue

A primeira morte por dengue confirmada na cidade foi de um homem de 29 anos, no dia 9 deste mês

Viviane Oliveira e Guilherme Correia | 23/01/2020 12:27
Prefeitura intensificou com fumacê combate à dengue (Foto: Diário Corumbaense)
Prefeitura intensificou com fumacê combate à dengue (Foto: Diário Corumbaense)

Com 534 casos notificados de dengue para 107.347 habitantes em 22 dias, Corumbá, distante 419 quilômetros de Campo grande, já vive uma epidemia da doença. O Ministério da Saúde classifica como epidemia quando se atinge 300 para cada 100 mil.

A primeira morte por dengue confirmada na cidade foi de um homem de 29 anos, no dia 9 deste mês. Até agora, 46 casos foram confirmados por laboratório, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) nesta quarta-feira (22), a vítima não tinha outras doenças.  

Conforme levantamento realizado pela Secretaria de Saúde de Corumbá, os bairros com mais casos suspeitos da dengue são: Cristo Redentor; Popular Velha; Centro; Guanã; Dom Bosco; Aeroporto; Guatós; Maria Leite e Nova Corumbá. Em razão da alta incidência da doença, os fiscais da vigilância estão notificando os moradores dos imóveis onde há reincidência de focos do mosquito do Aedes aegypti, responsável pela transmissão dos vírus da dengue, zika e febre chikungunya.

Após a notificação, a prefeitura dá um prazo de 10 dias para o morador fazer a limpeza e as readequações necessárias. Passado o período, a equipe retorna aos locais notificados para verificar se o problema foi solucionado. Se for encontrado novamente foco de larvas do Aedes, o morador recebe um auto de infração que pode gerar multa de R$ 200 a R$ 5 mil.

Além de Corumbá, 16 cidades estão com alta incidência da doença, por número de habitantes, em Mato Grosso do Sul. Alcinópolis aparece na lista com 87 casos, Sete Quedas (95), Caracol (73), Novo Horizonte do Sul (34), Pedro Gomes (58), São Gabriel do Oeste (172), Jardim (173), Bonito (134), Cassilândia (60), Brasilândia (6), Bataguassu (99), Sonora (73), Costa Rica (79), Deodápolis (50), Itaporã (79) e Rio Verde de Mato Grosso (68).

No começo da semana, o secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, Geraldo Resende, fez um alerta sobre as notificações de dengue feitas por alguns municípios. Segundo ele, está ocorrendo “descuido” e as secretarias estão enviando relatórios com números reduzidos, que “não condizem com a realidade”. A reportagem tentou falar por telefone com o secretário de saúde de Corumbá, Rogério Leite, mas não conseguiu.

Casos - Uma criança de 8 anos está internada no Hospital da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores) tratando da doença. Por telefone, a mãe que pediu para não se identificar, contou que a filha foi internada na segunda-feira (20) com muita dor de cabeça. "Graças a Deus ela está melhor, está reagindo. Talvez receba alta amanhã", comemorou.

Um morador do Bairro Universitário, que também pediu para não ser identificado, relatou que não soube de casos na região onde vive, próxima à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). “Aqui no meu bairro está tranquilo, não estou sabendo de nenhum caso. Mas aqui é a parte alta, sei que na parte baixa da cidade se acumula muito lixo”, explicou.

Preocupada com a situação, a vendedora Débora Baruki, comentou que muitos moradores estão com dengue no município. “A situação está bem complicada. Por dia umas três pessoas comentam que tem alguém da família ou amigos com a doença ou suspeita”, afirma. Compartilha da mesma opinião, Ranya Hussein, que trabalha em uma loja de roupas. "Os casos aumentaram neste ano", disse. 

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