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Interior

Cortejo leva indígena para sepultamento em fazenda onde foi morto há 3 dias

Velório começou por volta das 21 horas de sábado e enterro em área onde ele morreu faz parte de acordo com MPF

Lucia Morel e Helio de Freitas, de Amambai | 27/06/2022 14:25



Corpo do indígena Vito Fernandes, de 42 anos, será enterrado na área de conflito onde ele morreu e guaranis-kaiowás já iniciaram cortejo. Com danças tradicionais misturadas a lágrimas, os indígenas velaram o parente por mais de 40 horas.

O velório começou por volta das 21 horas de sábado e o enterro em área que eles consideram de retomada só ocorrerá devido acordo mediado com o MPF (Ministério Público Federal).

Esposa de Vito, Assunciona Ximenes, de 36 anos, chorava sobre o caixão e falava aliviada sobre o anúncio de que poderiam enterrá-lo na Fazenda Borda da Mata, onde ele faleceu. Como o corpo não foi preparado para tanto tempo de velório, o caixão permanece fechado devido o mau cheiro.

Familiares chorando sobre caixão, que permaneceu fechado por conta do mau cheiro. (Foto: Helio de Freitas)
Familiares chorando sobre caixão, que permaneceu fechado por conta do mau cheiro. (Foto: Helio de Freitas)

O pedido para sepultamento no local da morte tem um significado espiritual para os guaranis-kaiowás e afirmam que quando alguém morre, os kaiowá abrem uma cova simbólica esperando o corpo para virar um cova real. Para eles, dá “mau agouro para a comunidade” e cria uma série de problemas culturais e espirituais, caso isso não seja feito.

O acordo para enterro foi necessário diante de temor de novo confronto caso os indígenas fossem para o local – lavoura da Fazenda Borda da Mata – sem auxílio das autoridades.



Nas redes sociais, a Aty Jovem, assembleia dos jovens guarani-kaiowá, publicou vídeo do filho de Vito, Luiz Fernandes, que dizia que caso não houvesse um acordo, os indígenas teriam que ir à força enterrá-lo, e pedia ajuda de políticos e outras autoridades.

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