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Interior

Confronto entre PMs e indígenas deixou 9 feridos, entre eles, 5 adolescentes

Uma garota de 14 anos foi baleada no abdome e espera transferência para cirurgia

Ângela Kempfer e Ana Beatriz Rodriguezs | 24/06/2022 14:32
Adolescente guarani kaiowa caida no chão, após ser baleada em Amambai (Foto: Cimi)
Adolescente guarani kaiowa caida no chão, após ser baleada em Amambai (Foto: Cimi)

Confronto entre indígenas e policias militares deixou 9 pessoas feridas no fim da manhã de hoje em Amambai, município ao Sul do Estado. Os casos mais graves são de 6 jovens guarani kaiowá, 5 deles, menores de idade.

Vídeo feito no local mostra uma adolescente de 14 anos sangrando, com ferimento no abdome. A situação dela é considerada o mais perigosa. A garota está no Hospital Regional de Amambai, precisa passar por cirurgia, mas depende de vaga para transferência em Ponta Porã.

Outra adolescente, de 17 anos, teve fratura no fêmur, provocada por arma de fogo. Da mesma idade, o Hospital de Amambai atende outros 3 adolescentes indígenas feridos a bala.

A única indígena maior de idade, vítima do confronto, tem 22 anos e foi atingida por tiro de raspão na testa.

Com ferimentos leves, também são atendidos no local 3 policiais do Batalhão de Choque de Campo Grande. Os nomes não foram informados, mas eles têm 41, 38 e 26 anos, todos atingidos de raspão.

Conflito - Segundo o Cimi (Conselho Indígena Missionário), grupo de 30 indígenas entrou ontem à tarde na fazenda Borda da Mata, chamada pelos guarani de "Território de Guapoy". Hoje, por volta das 10 horas, a PM tentou a retirada. Os indígenas denunciam que a operação ocorreu sem ordem judicial e que deveria ter sido feita pela Polícia Federal, não pela PM.

"Policiais militares e fazendeiros invadiram a área, na manhã desta sexta-feira (24/6), no intuito de expulsar, através do uso da força, os indígenas – mesmo não havendo ordem judicial. Foram feitos vários disparos de bala de borracha contra os indígenas. Mas apesar de circularem relatos de que há dois indígenas mortos, ainda não há uma confirmação," esclarece o Cimi.

Para o Conselho, desde o momento da "retomada" do território, polícia militar e fazendeiros premeditaram o ataque armado de hoje. "Diante das informações dos feridos, do contingente populacional local e do histórico de violência na região, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) teme que a situação evolua rapidamente para um novo episódio de massacre contra os Guarani Kaiowá, como o ocorrido em 2016, em Caarapó (MS)."

O Cimi lembra que a reserva de Amambai é a segunda maior de Mato Grosso do Sul em termos populacionais, com quase 10 mil indígenas.

A Polícia Militar garante fo recebida a tiros pelo grupo guarani e não explicou o motivo de tentar a retirada sem ordem judicial.

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