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Interior

Dourados melhora no ranking, mas segue entre as 10 com mais estupros

Três Lagoas é outro município de MS que aparece, mas na 36ª posição

Por Cassia Modena | 25/07/2025 17:10
Dourados melhora no ranking, mas segue entre as 10 com mais estupros
Polícia vistoria área onde menina indígena foi jogada após sofrer estupro coletivo em Dourados (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Dourados continua na lista dos 10 municípios com maiores taxas de estupros a cada 100 mil habitantes no Brasil, embora tenha descido cinco posições. A comparação é feita na última edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicada ontem (24) pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

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Dourados, no Mato Grosso do Sul, permanece entre as dez cidades brasileiras com as maiores taxas de estupros, ocupando a 5ª posição no ranking de 2023 e a 10ª em 2024, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. A alta taxa é atribuída à fragilidade das políticas públicas de proteção, especialmente para crianças e comunidades indígenas. O estudo também destaca a relação entre a violência sexual e fatores sociais, como o alcoolismo e a perda de terras ancestrais. Boa Vista (RR) lidera o ranking nacional, com um aumento significativo nos casos, possivelmente ligado à mineração. O Anuário sugere que a precariedade urbana e a ausência do Estado nas áreas afetadas contribuem para o aumento da violência sexual.

A cidade em Mato Grosso do Sul ficou na 5ª posição no ranking produzido com dados de 2023 e ocupa a 10ª no mais recente, que se baseia em números de 2024.

Como os próprios estudos contextualizam desde suas primeiras edições, a alta taxa é atribuída à fragilidade das políticas públicas de proteção das crianças, adolescentes e toda a comunidade indígena, que representa a maioria das vítimas.

Dourados melhora no ranking, mas segue entre as 10 com mais estupros
Arte: Lennon Almeida

Além disso, esse tipo de violência está ligado a fatores como o alcoolismo, um mal social que entrou nas aldeias e se somou a outros diversos problemas ligados à perda das terras ancestrais dos povos indígenas.

Três Lagoas é outro município sul-mato-grossense presente na lista. Ele ocupa a 36ª posição.

Em comum, Dourados e Três Lagoas estão em áreas de divisas: a primeira próxima à fronteira com o Paraguai e a segunda bem ao lado de São Paulo, impactada por fluxo econômico que só cresce.

Panorama nacional - A maior taxa de estupro do país é a de Boa Vista (RR). Em 2023, a cidade ocupava o terceiro lugar do ranking e, em 2024, ela subiu ao topo, além de apresentar uma variação de 36,5% nos números absolutos de estupro.

O estudo levanta a hipótese da relação da violência sexual com a mineração, ao passo que reconhece em Boa Vista uma boa rede de proteção à infância e adolescência, que pode ter contribuído para trazer mais denúncias à tona.

"Uma delas [das hipóteses] remete à presença de atividades ilegais de extração mineral, que costumam vir acompanhadas de outras dinâmicas criminais, incluindo a violência sexual. Estudos qualitativos, como o Atlas da Violência 2025, apontam que, em áreas de garimpo, esses crimes frequentemente se concentram nas chamadas corrutelas - pequenos aglomerados informais que se formam ao redor dos garimpos e onde prevalecem relações de poder marcadas pela exploração econômica e sexual de mulheres", descreve o Anuário.

O município de Sorriso (MT), que em 2023 liderou o ranking, em 2024 ocupa a segunda posição. Localizada no norte do Mato Grosso, a cidade é tida como a "Capital do Agronegócio".

Estão no terceiro e quarto lugares Ariquemes e Vilhena, ambos em Rondônia. "Nossa hipótese é que a explosão recente das taxas de estupro nesses municípios tem conexão com a precariedade urbana: cidades em rápida expansão, marcadas por disputas fundiárias, pela presença de economias lícitas e ilícitas de grande circulação e velocidade, e por uma acentuada ausência do Estado nas estruturas de proteção, especialmente no atendimento à violência sexual", inclui o estudo.

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