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Interior

Em reconstituição, ex assume assassinato de casal, mas alega legítima defesa

Segundo o delegado Cleverson Alves, a tese de defesa não condiz com a realidade; crime ocorreu no dia 27 de maio em Costa Rica

Kerolyn Araújo | 02/06/2020 17:07


Jair Soares de Oliveira, 32 anos, no quarto onde o casal foi assassinado. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Jair Soares de Oliveira, 32 anos, no quarto onde o casal foi assassinado. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)


A Polícia Civil de Costa Rica, cidade distante a 305 quilômetros de Campo Grande, realizou na manhã desta terça-feira (2) a reconstituição dos assassinatos de Marilei Ramos, 33 anos, e do namorado, Gilcione Rodrigues Martins, 34 anos. Eles foram mortos na noite do dia 27 de maio por Jair Soares de Oliveira, 32 anos, ex-marido de Marilei. Ele alega legítima defesa.

Na reprodução simulada do crime, Jair refez o passo a passo da noite do dia 27, na casa onde ocorreu o crime, na Rua Domingos Afonso de Amorim, no bairro Vale do Amanhecer.

Ao Campo Grande News, o delegado Cleverson Alves, responsável pelo inquérito, contou que no interrogatório feito na delegacia, Jair permaneceu em silêncio. Hoje, durante a reconstituição, ele assumiu o crime e disse que matou o casal em legítima defesa.

''Ele contou que havia reatado o relacionamento com a Marilei e, ao chegar em casa e ligar a luz do quarto, encontrou o casal dormindo. Gilcione teria pego uma arma e foi pra cima dele. Para se defender, Jair contou que pegou um instrumento de ferro que usava no trabalho que estava em cima do guarda-roupa", contou o delegado.

Na versão apresentada pelo assassino, ele golpeou primeiro Gilcione que estaria armado. Enquanto lutava com o homem, Marilei agarrou o seu pescoço e, como estava ficando sufocado, também atingiu com o ferro a ex-mulher.


Autor confesso do assassinato e o delegado responsável pelas investigações, Cleverson Alves. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Autor confesso do assassinato e o delegado responsável pelas investigações, Cleverson Alves. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)


Segundo o delegado, toda a versão apresentada por Jair não condiz com a dinâmica do crime. ''A tese de defesa não bate com a realidade, é uma versão completamente absurda. Marilei levou muitos golpes no rosto. Não tem a mínima possibilidade de ser legítima defesa", disse.

Em um primeiro momento, Jair contou que jogou a suposta arma utilizada por Gilcione e o ferro usado no crime no mesmo local, em matagal às margens de uma rodovia. Depois, ele mudou a versão e disse que não lembra de onde jogou o revólver.

Um tio de Marilei relatou ao site MS Todo Dia que os filhos da vítima, de 3, 8 e 11 anos não dormem há três dias. A criança mais nova presenciou o crime e chegou a abraçar a mãe já morta.

Marilei tinha solicitado medida protetiva contra o ex. O pedido foi deferido na Justiça em março e, desde então, ela havia bloqueado o número do celular dele. Na noite do crime, ela desbloqueou o contato e já passou a receber mensagens de Jair.

Ela respondeu que ele a deixasse em paz e que iria até a delegacia no outro dia para registrar novo boletim de ocorrência por descumprimento de medida protetiva. Não deu tempo.

Jair foi preso na manhã do dia 29 de maio em uma área rural de Pedro Gomes, resistiu à prisão e tentou fugir. A intenção do assassino era se refugir em uma fazenda no Pantanal.



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