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Interior

Empresa de segurança diz que vai pagar contratados só na terça-feira

Vanda Escalante | 21/02/2015 10:10
Trabalhadores aguardavam pagamento para esta sexta-feira (Foto: Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense)
Trabalhadores aguardavam pagamento para esta sexta-feira (Foto: Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense)

Assim como trabalhadores de Campo Grande, profissionais de Corumbá que foram contratados para fazer a segurança no carnaval da cidade, não receberam o pagamento pelos dias de serviço na data combinada. A empresa de segurança havia marcado o acerto para as 14h desta sexta-feira (20), no Corumbaense, o que não ocorreu, de acordo com notícia publicada no site Diário Corumbaense.

“Não é só o pagamento, as condições de trabalho também foram ruins. Teve dia que chegamos às 17h sem comer nada, não recebemos nenhum lanche, janta, mal davam água para a gente. A maioria aqui mora longe; eu, por exemplo, moro no Guató e nem todo dia tinha dinheiro para vir de condução, cheguei a vir a pé para trabalhar e acontece isso, sem pagamento”, disse a contratada pela empresa, Silvia Clemente de Souza, de 29 anos.

A situação não foi diferente para João Francisco Ojeda, de 39 anos: “Foram muito puxados esses dias de serviço, eles exigiam muito da gente, teve dias que ficamos até às 6h trabalhando sem água, sem nada”.

Já Inar Reis de Macedo, de 50 anos, aceitou o trabalho para comprar material escolar para os filhos. “O pagamento era para ser feito na quinta-feira (19), remarcaram para esta sexta e nada de novo. Eu preciso do dinheiro para comprar material, roupas e sapatos para meus filhos”, argumentou.

Além dos trabalhadores contratados em Corumbá e Ladário, a MG Segurança 9que tem sede em Eldorado) levou também pessoas de Campo Grande para trabalhar em Corumbá no período do Carnaval. “Eu presenciei que vieram pessoas de fora e colocaram todos aqui dentro do Corumbaense sem colchão, sem comida. Eles se juntaram e pagaram do próprio bolso um alojamento, porque aqui estava inadequado”, afirmou José da Silva de Oliveira, de 53 anos.

O diretor regional do Sindicato dos Vigilantes de Mato Grosso do Sul, Catarino Custódio Oliveira, acompanha a situação dos trabalhadores. “O que nós estamos buscando é o direito do trabalhador ser respeitado e uma resposta sobre o pagamento de todos que trabalharam e querem receber. O Sindicato está aqui para fiscalizar essa situação”, disse.

MG Segurança venceu licitação para prestar o serviço no Carnaval (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
MG Segurança venceu licitação para prestar o serviço no Carnaval (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Notificação
A Prefeitura de Corumbá, por meio de Fundação de Cultura, ratificou que não é responsável pelo pagamento do pessoal contratado para reforçar a segurança durante o carnaval. “Toda e qualquer responsabilidade em relação ao pessoal contratado é da empresa que venceu o processo licitatório. Nós estamos respaldados juridicamente pelo contrato, onde todas as regras estavam claras. É a primeira vez que a empresa presta serviços para a Prefeitura de Corumbá, porém foi apurado o seu histórico antes da contratação dos serviços”, disse o diretor-presidente da Fundação de Cultura em exercício, José Antônio Garcia.

A Prefeitura instaurou processo administrativo contra a empresa e a notificou a apresentar informações sobre o fato, além dos recibos de pagamento dos funcionários que atuaram durante o carnaval de Corumbá. Se não apresentar a documentação solicitada, a empresa poderá receber como penalidade desde uma advertência e multa até suspensão temporária nas participações em processos de licitação. Em Corumbá, esse impedimento é de cinco anos.

De acordo com o Diário Corumbaense, a reportagem apurou que a empresa já foi notificada pela Prefeitura e que o pagamento dos trabalhadores contratados ficou para terça-feira (24), às 16h. Sobre as condições de trabalho, a MG confirmou que algumas informações procedem porque a empresa teve problemas de logística. Já o presidente do Corumbaense, Luiz Bosco Delgado, disse que a empresa foi informada que o alojamento do clube não tinha condições de uso. "Eles insistiram, mas permaneceram no local por apenas uma noite", completou.

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