ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 31º

Interior

Falta de profissional foi determinante para acidente em curtume, diz conselho

Viviane Oliveira | 01/02/2012 19:43

O presidente do CRQ foi para Bataguassu analisar os rótulos e a ficha técnica de todos os produtos que são utilizados no curtume

A unidade não contava com um responsável químico habilitado. (Foto: Marlon Ganassin)
A unidade não contava com um responsável químico habilitado. (Foto: Marlon Ganassin)

A falta de um profissional foi determinante para o acidente no curtume do frigorífico Marfrig, onde morreram 4 pessoas e 24 ficaram intoxicadas na manhã de ontem (31), em Bataguassu. A afirmação é do gerente administrativo do CRQ/MS (Conselho Regional de Química em Mato Grosso do Sul) Flávio Eduardo Almeida.

De acordo com ele, a unidade não contava com um responsável químico habilitado. O gerente administrativo explica que todo curtume para ser aberto precisa ter registro no órgão para que seja fiscalizado o local. “É obrigatória a presença de um profissional habilitado para trabalhar nessas empresas que mexem com produtos altamente inflamáveis”.

Conforme Flávio, a manipulação ou operação errada dos produtos sem supervisão de um profissional pode resultar em acidente, semelhante o que aconteceu em Bataguassu.

“Alguns responsáveis técnicos do curtume e frigorifico acham que não é necessário ter um químico atuando no dia a dia. Eles querem contratar um profissional a distância para ficar responsável por várias unidades ao mesmo tempo”, afirma Flávio.

De acordo com ele, tem que ter um profissional de química com formação técnica em curtimento. "Para ter uma ideia esses produtos são tão perigosos que são controlados pelo exército e Polícia Federal", disse.

Flávio informou que o presidente do Conselho Regional de Química, Evander Luiz Ferreira, está em Bataguassu com uma equipe de fiscalização para apurar o funcionamento da indústria.

Conforme o gerente administrativo, o primeiro passo do conselho é fazer um relatório de vistoria, depois será feito uma intimação para a empresa regularizar a situação no prazo de 15 dias, se a empresa não cumprir será multada em R$ 20 mil.

Poluição Ambiental - A PMA (Polícia Militar Ambiental) multou na tarde de ontem em R$ 1 milhão o curtume Marfrig, após vazamento de gás. Segundo o Major da PMA, Ednilson Queiroz, este valor pode aumentar ou ser reduzido pelo órgão ambiental Estadual Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), ao final do processo administrativo, permitindo o direito de defesa da empresa.

Nos siga no Google Notícias