Governo de MS anuncia R$ 7,5 milhões para obras em rodovia que corta aldeias
Licitação prevê melhorias em marginais e sinalização na MS-156, entre Dourados e Itaporã

A Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul) lançou nesta terça-feira (5) a licitação de obras para melhorar a segurança viária no trecho da MS-156 que corta a Reserva Indígena de Dourados.
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Orçadas em R$ 7,5 milhões, as obras serão feitas em extensão de 1.700 metros entre o trevo com o Anel Viário Norte e o km 62, na saída para Itaporã.
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Conforme o edital divulgado pela agência estadual, o projeto inclui restauração de vias marginais e melhoria nos chamados dispositivos “traffic calming”, que incluem intervenções para garantir mais segurança a pedestres e ciclistas. As propostas serão abertas no dia 22 deste mês e a empresa que apresentar o menor preço será escolhida para executar a obra.
A melhoria nesse trecho da MS-156, que já é duplicado e iluminado, atende apenas parte das reivindicações da comunidade indígena formada por 20 mil pessoas residentes nas aldeias Bororó e Jaguapiru.
De acordo com lideranças da reserva, a maior demanda atualmente é o trecho do Anel Viário Norte entre a MS-156 e a Avenida Guaicurus (MS-162).
Construída há 13 anos para desviar o tráfego de caminhões da área central de Dourados, a rodovia virou palco de mortes por atropelamento. A mais recente ocorreu quinta-feira (31) e vitimou Adão Brites Amarilia, 42, da etnia Kaiowá. Ele tentava atravessar a pista de bicicleta quando foi atropelado por uma carreta e morreu no local.
Em 31 de julho de 2024, perto dali, outro ciclista indígena morreu atropelado por uma caminhonete. Em protesto, os moradores bloquearam a rodovia e fizeram o velório no meio da pista, para cobrar mais sinalização e redutores de velocidade.
Em nota, enviada nesta terça-feira pela assessoria, a Agesul informou que foi feito reforço na sinalização vertical com instalação de placas indicativas e de regulamentação ao longo de toda a extensão do Anel Viário. Ainda segundo a agência, a construção de passarelas para mais segurança na travessia da estrada está "em processo de licitação”.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, levantados pelo portal Metrópoles, 1.993 indígenas morreram em acidentes de trânsito entre 2000 e 2023. O número é maior do que os registros de mortes por doenças infecciosas ou parasitárias no mesmo período.
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