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Interior

Governo terá de substituir gestão de hospital regional de cirurgias

Grupo paulista contratado há um ano para administrar unidade localizada em Dourados rompeu contrato com Secretaria de Saúde

Helio de Freitas, de Dourados | 03/06/2019 08:01
Hospital Regional de Cirurgias de Dourados atende população de 30 municípios (Foto: Divulgação)
Hospital Regional de Cirurgias de Dourados atende população de 30 municípios (Foto: Divulgação)

O governo de Mato Grosso do Sul terá de substituir a gestão do Hospital Regional de Cirurgias da Grande Dourados. Contratado há um ano para reabrir a unidade que tinha ficado fechada por 18 meses, o grupo Gamp anunciou na semana passada o rompimento de todos os seus projetos no país, incluindo na segunda maior cidade de MS. O motivo é o problema financeiro do grupo, alvo de várias ações de cobrança na Justiça.

Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o secretário estadual de Saúde Geraldo Resende promete anunciar nos próximos dias a nova organização social (OS) que vai administrar o hospital. Em março, o governo teve de trocar a gestão do Hospital Regional de Ponta Porã.

Segundo o secretário, na semana passada os dirigentes do Gamp propuseram a rescisão amigável do contrato com o governo. O Gamp tinha sido contratado em maio do ano passado por R$ 716 mil por mês.

Conforme a assessoria, Geraldo Resende aceitou a proposta e imediatamente determinou a escolha de outro gestor para o hospital.

“Vamos adotar todas as providências para que não haja nenhum tipo de paralisação do atendimento e que não aconteça qualquer prejuízo aos usuários de Dourados e região”, prometeu Resende. Segundo ele, trabalhadores e fornecedores terão todos os pagamentos e direitos assegurados pelo governo do Estado.

O secretário afirma que a escolha da nova organização social que vai gerir o hospital de cirurgias será feita “mediante análise da atuação das interessadas em outras partes do país” e o contrato terá metas de produção e qualidade no atendimento.

Operação do MP – Nas alegações apresentadas para justificar o rompimento do contrato, o grupo paulista aponta uma série de motivos, entre os quais a operação do Ministério Público no Rio Grande do Sul sobre a atuação no município de Canoas.

O advogado do Gamp, José Ademir Tedesco Bueno, afirmou a Geraldo Resende que a operação provocou uma quebra no fluxo de caixa da empresa, que virou alvo de ações judiciais por atraso em pagamentos e de bloqueios judiciais em suas contas bancárias.

Para liquidar uma dívida na cidade gaúcha, segundo o advogado, o banco Santander conseguiu judicialmente bloquear R$ 868,7 mil da reserva técnica contratual do projeto de Dourados.

Ainda conforme o documento entregue ao secretário, neste ano a média mensal de bloqueio judicial trabalhista em Dourados chegou a R$ 60 mil. Outro baque foi a condenação do Gamp a pagar quase R$ 900 mil em outro processo judicial.

Conforme Geraldo Resende, ficou estabelecido no acordo de rescisão que Secretaria de Saúde vai reter os valores necessários para pagar a folha dos funcionários e a folha médica, no valor de R$ 525 mil. A medida garante o pagamento dos salários de maio.

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