ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JUNHO, TERÇA  17    CAMPO GRANDE 22º

Interior

Ibama combate cultivo irregular de transgênicos em terras indígenas de MS

Ação envolveu 27 fiscalizações e resultou em embargos de 290 hectares de cultivo ilegal

Por Lucas Mamédio | 02/12/2024 18:51
Ibama combate cultivo irregular de transgênicos em terras indígenas de MS
Fiscais do Ibama fazendo trabalho de campo em lavouras de transgênicos durate Operação Quimera (Foto: Divulgação)

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou, neste final de semana, uma operação cujo foco é o combate ao cultivo irregular de soja e milho transgênicos em terras indígenas de Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) iniciou a Operação Quimera, focada no combate ao cultivo irregular de soja e milho transgênicos em terras indígenas de Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. A operação resultou em embargos de 290 hectares de cultivo ilegal, aplicação de multas totalizando R$ 404 mil e a notificação para remoção dos cultivos. A legislação brasileira proíbe o cultivo de organismos geneticamente modificados (OGMs) em Terras Indígenas, devido aos riscos ambientais e à ameaça que representam para a biodiversidade e as variedades tradicionais de plantas. O Ibama continuará monitorando as áreas embargadas e fiscalizando o cumprimento das normas de biossegurança relacionadas aos OGMs no Brasil.

Ação, nomeada Operação Quimera, envolveu 27 fiscalizações e resultou em embargos de 290 hectares de cultivo ilegal de organismos geneticamente modificados (OGMs), a aplicação de sete autos de infração, totalizando R$ 404 mil em multas, e notificações para que os responsáveis removam os cultivos das áreas embargadas.

Os agentes ambientais atuaram nas Terras Indígenas (TIs) Xapecó e Palmas, em Santa Catarina, e Guasuti, Amambai e Jaguari, em Mato Grosso do Sul. Embora em algumas regiões, como Palmas e Jaguari, não tenha sido identificado o cultivo de OGMs, a fiscalização envolveu o diálogo com as lideranças locais em todas as TIs, com o objetivo de esclarecer sobre os impactos ambientais do uso de transgênicos e sobre a legislação vigente, que proíbe esse tipo de cultivo em territórios indígenas.

A operação, que contou com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi realizada em atendimento a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), que solicitou o cumprimento da legislação ambiental nas terras indígenas. O Ibama já anunciou que continuará monitorando as áreas embargadas para garantir o cumprimento das notificações e evitar novos cultivos ilegais.

Legislação e riscos - Legislação brasileira proíbe a pesquisa e o cultivo de OGMs em Terras Indígenas, conforme a Lei n.º 11.460/2007, que estabelece a proibição, salvo exceções previstas nos planos de manejo de Áreas de Proteção Ambiental (APAs). O cultivo de OGMs pode acarretar sérios riscos para o meio ambiente, como a transferência de genes para espécies selvagens, o desenvolvimento de resistência a pesticidas e o surgimento de superpragas. Além disso, o impacto sobre as espécies não alvo pode prejudicar toda a biodiversidade local.

Segundo o Ibama, para as populações indígenas, o cultivo de transgênicos representa uma ameaça às variedades tradicionais de plantas, que foram desenvolvidas e preservadas ao longo dos séculos. Essas variedades possuem grande importância genética e são fundamentais para a criação de novos cultivares. Os monocultivos transgênicos, além de competirem com essas variedades locais, podem afetar o modo de vida e a reprodução cultural das comunidades indígenas, afetando suas práticas tradicionais de cultivo e o equilíbrio ambiental das terras que ocupam, conforme estipulado no artigo 231 da Constituição Federal.

Conforme o Ibama, a Operação Quimera não vai se limitar apenas ao combate ao cultivo ilegal de OGMs, mas também visa fiscalizar o cumprimento das normas de biossegurança estabelecidas pela Lei n.º 11.105/2005, que regulamenta a pesquisa, produção, manipulação, transporte, armazenamento e descarte de OGMs no Brasilígenas continua sendo uma prioridade.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias