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Interior

Índios já plantaram em 14 hectares de fazenda invadida em Miranda

Angela Kempfer | 22/04/2011 12:59
Grupo é o mesmo que em maio do ano passaod foi retirado de fazenda de Miranda. (Arquivo)
Grupo é o mesmo que em maio do ano passaod foi retirado de fazenda de Miranda. (Arquivo)

Os índios terena acampados na fazenda Charqueado, em Miranda, já plantaram feijão em 14 hectares da propriedade e agora começam plantio de milho. Segundo um dos líderes do grupo, a comunidade investe nas plantações para garantir o sustento das famílias, que no dia 4 de abril voltaram a ocupar terras reivindicadas como território indígena.

Os terena dizem que esperam sob tensão resultado de ação de reintegração de posse, ingressada pelos proprietários da área.

Em maio do ano passado, as famílias haviam invadido a fazenda Petrópolis, na mesma região, da família do ex-governador Pedro Pedrossian. Na época, eles também plantaram feijão, mandioca e milho, mas tiveram de sair da área por determinação da Justiça.

Com a ordem de retirada, para não perder a produção, os terena conseguiram garantir indenização de cerca de 10 mil reais pela lavoura. “Recebemos tudo certinho, mas nossa intenção agora é ficar, colher, resistir até a Justiça finalmente devolver a terra para a gente”, diz Vahele Terena.

Segundo ele, a fazenda foi arrendada ao pecuarista José Amaral, que vive em Miranda, o que demonstra a “falta de apego” dos reais proprietários pela terra que para os índios é herança de antepassados.

As famílias dizem estar apreensivas diante de ameaças que têm recebido de seguranças privados.

Os índios contam que receberam a informação de que neste feriado cerca de 60 homens armados expulsariam o grupo da área.

Na terça-feira passada, “cerca de dez caminhonetes trouxeram fazendeiros, seus familiares e seguranças armados à fazenda Petrópolis, instalando-se em frente do acampamento indígena”, relata o Conselho Indigenista Missionário.

Os índios estão em pedaço de 36.288 hectares que consideram ser Terra Indígena Cachoeirinha, já reconhecida como terra tradicionalmente ocupada pelo povo Terena, conforme o Relatório de Identificação publicado no Diário Oficial da União (DOU), em 2003.

Além da identificação, em 2007 foi assinada a Portaria Declaratória dos limites da terra indígena pelo ministro da Justiça. O procedimento administrativo de demarcação foi parcialmente suspenso em 2010, por decisão liminar proferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em beneficio do ex-governador do MS.

É a terceira vez que os Terena acampam na área.

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