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Interior

Juiz acusado de vender liberdade a traficante da fronteira é destituído

Leonjino Benítez Caballero era juiz em Capitán Bado, vizinha de Coronel Sapucaia; traficante liberado por ele é apontado como um dos maiores fornecedores de maconha para o Brasil

Helio de Freitas, de Dourados | 27/03/2019 10:57
Felipe Escurra Rodriguez, o “Barão”, no dia em que foi preso pela polícia paraguaia (Foto: Arquivo)
Felipe Escurra Rodriguez, o “Barão”, no dia em que foi preso pela polícia paraguaia (Foto: Arquivo)

Um juiz paraguaio acusado de receber propina para liberar um importante narcotraficante da fronteira foi destituído pelo conselho de magistrados do país vizinho. Leonjino Benítez Caballero era juiz em Capitán Bado, cidade vizinha de Coronel Sapucaia (MS), a 400 km de Campo Grande.

Em 2017, ele concedeu liberdade a Felipe Escurra Rodríguez, o “Barão”, considerado um dos maiores fornecedores de maconha para o Brasil. Barão tinha sido preso em 2016 por agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas).

De imediato surgiram suspeitas de que o magistrado tinha recebido grande quantia em dólares para soltar o bandido, que desapareceu após ganhar liberdade. Nesta terça-feira (26), o conselho de magistrados decidiu destituir Leonjino Caballero.

Ameaça a jornalista – Felipe Rodríguez é suspeito de ter planejado, em 2012, o assassinato do jornalista Cándido Figueredo Ruiz, que vive há vários anos protegido por policiais armados com armas automáticas por ser jurado de morte pelo crime organizado.

Em setembro de 2012, a polícia sul-mato-grossense interceptou conversas entre Barão e um criminoso identificado como José Marcelo da Silva, que estava preso em Campo Grande. No diálogo, Barão reclamava das constantes reportagens de Figueredo sobre suas atividades criminosas e dizia que assim que tivesse mais dinheiro mandaria matar o jornalista.

“Sabe o que colocou no jornal? Que eu tenho avião, trazendo coisa da Bolívia. Agora só tenho uma caminhonete, a polícia está o tempo todo atrás de mim. A hora que tiver mais dinheiro, mando bala nesse filho da p...”, disse Barão no diálogo gravado pela polícia.

Na época, o então governador de Amambay, Juan Ramirez, disse que as reportagens de Cándido Figueredo tinham causado problemas aos negócios criminosos de Barão e sua quadrilha, por isso planejaram seu assassinato.

Barão também é acusado de ter ordenado a morte do presidente da Câmara de Capitán Bado, Epifanio Palacios, e outras duas pessoas, em 6 de março de 2008. O ataque foi uma retaliação ao atentado a tiros ocorrido quatro dias antes, que deixou mortos um irmão dele e seis homens que trabalhavam para o traficante.

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