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Interior

Justiça devolve guarda de criança a mãe que suspeitou de abusos

Luana Rodrigues | 27/06/2017 18:57

Em uma audiência realizada na tarde desta terça-feira (27), a juíza Paulinne Simões de Souza, decidiu devolver a mãe a guarda da criança de três anos, que havia sido levada de casa e entregue ao pai, de 60 anos, na última sexta-feira (23), em Bonito – município distante cerca de 257 quilômetros de Campo Grande.

O caso é bastante complicado, envolve uma denúncia de abuso sexual da mãe contra o pai da menina. E outra de alienação parental, do pai contra a mãe. Situações que, segundo a Justiça, não ficaram comprovadas.

Conforme Paulinne Simões, após os pais se separarem, “a criança passou um fim de semana na casa do pai e quando voltou estava com uma vermelhidão, algo diferente na vagina, a mãe assustou e levou ao médico, passou por um clinico geral e o clinico a orientou a levar num ginecologista, que constatou uma irritação”, disse.

A mãe, então, foi até à polícia e fez uma denúncia por estupro de vulnerável contra o pai. A menina passou por exame de corpo de delito, no entanto, o laudo que indicaria se houve ou não abusos, ainda não está pronto.

“Até agora, não se comprovou nenhum abuso, não se tem indício psicológico, contudo, o laudo será solicitado à perícia e acrescentado ao processo, descartando ou confirmando os abusos”, explicou a juízo.

José Anesi de Oliveira, advogado de defesa do pai, nega a acusação ao cliente. “Não houve nenhum abuso”, disse.

Depois de ficar por cerca de um mês longe da filha, o pai teria entrada com uma ação de alienação parental contra a mãe, o que levou a Justiça a decidir que a guarda da menina ficaria com ele. A mãe recorreu e por isso a juíza convocou uma nova audiência sobre o caso.

Como ainda não há comprovação de nada, a Justiça decidiu conceder guarda unilateral a mãe da criança, mas permitir visitas do pai, assim como antes.

A mãe da criança disse que está satisfeita coma decisão, porque teve a garantia de que as visitas da menina ao pai serão acompanhadas pela Justiça.

“Graças a Deus a juíza foi bem compreensiva e disse que não podemos misturar a raiva de casal. Ela passou a guarda da minha filha para mim, ele alegou que tem direito porque é pai e quer ver a criança. Eu exigi a pensão da menina, porque ele não paga. E elas disseram que vão ficar de olho nele, porque eu pedi mais atenção a elas, eles disseram que vão acompanhar as visitas na casa dele, não todas, mas vão acompanhar”, disse.

Caso - De acordo com a mãe, desde que se separou do marido, há um ano, ela sofre com a perseguição e ameaças do homem. De tanto que foi incomodada, ela entrou com um pedido de medida protetiva contra o ex-marido e conseguiu o direito.

Como o homem não desistiu de procurá-la, a mulher disse que, orientada por uma defensora pública, aceitou que a guarda da filha fosse compartilhada com o ex-marido.

Em março, na volta de uma das visitas ao pai, a criança teria chegado em casa chorando e reclamando de dores, segundo a mãe.

A mulher disse que então levou a filha ao médico. Primeiro no hospital da cidade, onde aguardou por mais de seis horas a chegada de um médico ginecologista e não foi atendida. Depois, já no dia seguinte, num posto de saúde, onde um médico constatou que a criança havia sido violentada e a orientou a procurar a polícia.

A mãe conta que foi a delegacia da cidade e registrou uma denúncia junto a delegada, Jennifer Estevam de Araújo. A policial teria solicitado que a menina passasse por um exame de corpo de delito. O exame resultou em negativo e, segundo a mãe, as investigações pararam.

Foi logo após esta situação que a mulher, que morava sozinha com a filha, em Bonito, decidiu voltar à casa dos pais, na cidade de Bodoquena.

“Ele (o pai) entrou com um processo de alienação parental contra mim, porque levei a menina, e com a ajuda de conselheiras tutelares, tomou minha filha de mim”, conta a mulher.

A criança foi levada da casa da mãe na última sexta-feira, chorando muito.

- Colaborou: Kemila Pellin - de Bonito

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