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Interior

Laudo é inconclusivo sobre morte de mulher com 90% do corpo queimado

Justiça retirou medida protetiva que impedia marido de Pâmela de se aproximar dos filhos do casal

Ana Paula Chuva | 31/08/2022 15:53
Pâmela morreu após ficar 1 mês internada na Santa Casa de Campo Grande.  (Foto: Arquivo / Familiar) 
Pâmela morreu após ficar 1 mês internada na Santa Casa de Campo Grande.  (Foto: Arquivo / Familiar)

A morte de Pâmela de Oliveira da Silva, continua sem uma conclusão,  já que o laudo da perícia conseguiu constatar apenas que a mulher foi arrastada do local onde aconteceu o incêndio e levada para fora da casa, segundo o delegado responsável pelo caso, Roberto Faria. A Justiça também retirou nesta quarta-feira (31) a medida protetiva que impedia o marido da vítima de se aproximar dos filhos do casal.

Pâmela morreu na Santa Casa de Campo Grande, às 23h35 do dia 21 de agosto, exatamente um mês depois de ter sido socorrida com o corpo 90% queimado após um incêndio na casa onde morava com o marido e dois filhos, em Rochedo, cidade a 83 quilômetros da Capital. Vídeo abaixo mostra como ficou parte da casa após o caso. 

No dia seguinte ao incêndio, o marido da mulher foi até a delegacia da cidade e registrou o caso como suicídio na forma tentada e incêndio culposo, quando disse à polícia que foi até a casa para terminar o relacionamento com Pâmela, que não aceitou. Com isso, ela pegou um galão com gasolina e espalhou pelo chão em seguida riscando um fósforo.

O homem afirmou que o fogo se alastrou rapidamente queimando a mulher. Ele relata que tentou apagar as chamas enrolando um edredom em Pâmela, mas como não adiantou, acabou puxando a vítima para fora da casa e “virou uma caixa d’água” nela. Em seguida ligou para o posto de saúde local e pediu carona a uma pessoa que passava pela rua de camionete para levar a mulher até o pronto socorro.

Ao Campo Grande News, o delegado Roberto afirmou que o caso é grave e ainda estão sendo reunidas provas. A enfermeira que atendeu Pâmela foi ouvida e disse que a mulher confessou ter riscado o fósforo e com isso desencadeado o incêndio.

“O laudo foi inconclusivo. Vamos ouvir ainda o médico que atendeu ela aqui em Rochedo e o corpo clínico da Santa Casa para então chegarmos à conclusão do caso”, declarou Roberto que trata o caso com cautela.



Família – A família de Pâmela contesta a versão do homem e procurou a Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), em Campo Grande, alegando que o marido seria o responsável por jogar gasolina e atear fogo na mulher.

Em depoimento na Defensoria Pública, a irmã da vítima, contou que no dia em que houve o incêndio ela foi até a casa de Pâmela por volta de meio dia e a encontrou chorando. Ela então questionou a irmã que afirmou “problema de casa, não liga não”. Na data, os filhos e o marido da mulher também estavam na residência.

A mulher então conta que saiu da casa da irmã e então ouviu Pâmela gritar “eu não falei para ela”, mas não voltou até a residência para saber o que estava acontecendo. No entanto, por volta da 15 minutos depois, ela saiu na rua e viu a movimentação de pessoas na rua e uma gritaria no local onde o casal morava.

No documento, a irmã conta que foi até o posto de saúde onde Pâmela estava sendo atendida e viu o momento em que o cunhado foi questionado pelo médico sobre o que teria acontecido e ele respondeu “foi um acidente”, o profissional então teria dito que era impossível ter sido um acidente e a mulher ter se queimado tanto e ele apenas o braço.

Ainda conforme o depoimento, ela afirma ainda que entrou na sala onde estava Pâmela e que neste momento a vítima contou que o marido havia ateado fogo, mas que não queria contar nada porque se ele fosse preso os filhos ficariam sozinhos. A irmã então disse que teria que fazer alguma coisa. Um médico estaria na sala ouvindo toda a conversa.

Neste momento a mulher diz que saiu da sala e foi até o cunhado já acusando-o de ter ateado fogo na irmã. Um policial estava no local e foi até Pâmela, que negou os fatos. Ela diz ainda que a sobrinha contou que o pai teria ateado fogo na mãe e pediu para que a tia não contasse nada para ninguém “minha mãe prometeu que não ia contar para ninguém”, teria dito a menina.

Na segunda-feira (29), uma medida protetiva para impedir que o homem se aproximasse da família chegou a ser expedida, mas acabou sendo retirada hoje pela Justiça. Conforme apurado pelo Campo Grande News, o marido de Pâmela entrou com uma ação de denunciação caluniosa contra o sogro, que poderá responder pelo crime.

Foto de Pâmela no hospital foi divulda pela família que contesta versão de suicídio
Foto de Pâmela no hospital foi divulda pela família que contesta versão de suicídio


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