ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 23º

Interior

Mãe reclama que filho não foi atendido em posto de saúde por ser assentado

Uma funcionária do posto teria dito que recebe ordens para não atender ninguém do assentamento porque eles não teriam endereço fixo.

Mirian Machado | 22/08/2017 17:38

Uma mulher de 38 anos, moradora do assentamento Pedro Ramalho em Mundo Novo, na fronteira com o Paraguai, a 476 km da capital, teve o atendimento do seu filho de 9 anos negado na segunda-feira (21) no posto de saúde Pedro Ramalho. O garoto segundo relato da mãe estaria com febre dia e noite.

O descaso fez com que a mulher gravasse um vídeo para mostrar a realidade e contar o que aconteceu. No vídeo abaixo com pouco mais de um minuto, a mãe identificada como Rose, fala que mora em um barraco na linha internacional, mostra os documentos do filho para comprovar que ele seria brasileiro e afirma que mesmo assim teve o atendimento negado.

“Porque somos sem-terra? Nós somos humanos, não somos bicho”, afirma a mulher em um trecho do vídeo.

A pessoa que teria feito o vídeo é o aposentado Ramão Castello de 38 anos, também morador do acampamento. Ao Campo Grande News ele disse que ficou revoltado com a situação e chegou a ir na unidade de saúde questionar.

“Ela [funcionária do posto] disse: 'Eu recebo ordens para não atender ninguém do acampamento porque não tem endereço fixo'. Nós somos registrados e hoje por lei esse registro pode sim ser utilizado como endereço fixo. Quer dizer que se eu chegar morrendo lá eles não vão me atender só porque eu sou do acampamento? ”, lamentou o aposentado.

O assentamento que fica próximo a Receita Federal abriga mais de 300 famílias, segundo Ramão. O homem ainda lembra que além desse descaso a cidade inteira está esquecida, com lixos e vários buracos pelas ruas. 

A reportagem tentou contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Mundo Novo, mas não obteve retorno. 

A mãe não teria celular por isso não foi possível conversar com ela até o fechamento da matéria.

Nos siga no Google Notícias