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Interior

Polícia Civil investiga mortes de animais silvestres em região turística

Uma arara e uma anta foram mortas na área rural de Terenos

Por Bruna Marques | 19/12/2025 14:17


RESUMO

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A morte de uma anta por disparos de arma de fogo no Recanto Nuara, região do Indubrasil, em Terenos (MS), desencadeou investigações da Polícia Civil. O animal, conhecido por circular pacificamente entre chácaras em busca de alimento, foi encontrado com duas perfurações na região traseira. O caso expõe um cenário de violência contra a fauna local, que inclui também a morte de uma arara e ferimentos em outra ave da mesma espécie. Moradores relatam que a presença de animais silvestres sempre foi comum na região, mas o aumento do fluxo de visitantes aos fins de semana tem gerado preocupação pela falta de fiscalização adequada.

A morte de uma anta, conhecida por circular mansamente entre chácaras em busca de alimento, expôs um cenário preocupante de violência contra animais silvestres no Recanto Nuara, região do Indubrasil, no entroncamento de Terenos, a 31 quilômetros de Campo Grande. O caso ocorreu no dia 11 deste mês e agora é investigado pela Polícia Civil.

Segundo registro feito por uma testemunha na delegacia, o animal era presença habitual na chácara da região. Não era arisco, não oferecia risco e era conhecido por moradores. Mesmo assim, morreu após ser atingido por disparos de arma de fogo na região traseira. O proprietário do sítio percebeu que a anta estava fraca e com comportamento estranho. Pouco depois, ela caiu no chão já sem vida.

No vídeo ao qual o Campo Grande News teve acesso, um morador mostra o corpo da anta e relata que, pelo estado do animal, os ferimentos não eram recentes, indicando que ela pode ter sido baleada dias antes. Segundo ele, a anta chegou ao local para se alimentar de mangas, como fazia habitualmente, e acabou morrendo ali.

O autor do registro é Ailton Pereira da Silva, de 59 anos, conhecido como Tafarel, que mora há 16 anos na região e afirma ter encontrado o animal já sem vida. Ele relata que a anta nasceu e cresceu no local, era extremamente mansa e convivia de perto com os moradores. Segundo o morador, o animal se alimentava das frutas típicas da área e permitia aproximação, a ponto de as pessoas conseguirem tocá-la sem dificuldade.

O episódio não se resume à anta. Segundo o delegado de Terenos, Mateus Crovador, uma arara, também mansa e conhecida dos moradores, foi morta no mesmo local. Outra ave da mesma espécie foi encontrada ferida, socorrida e encaminhada ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande, onde recebe atendimento veterinário.


Segundo Ailton, uma das araras foi socorrida após ser ferida e chegou a ser levada até a PRF (Polícia Rodoviária Federal), mas não resistiu. Ele conta que a ave voava cerca de sete quilômetros para frequentar o local, era dócil, aceitava comida das pessoas, pegava doces em uma conveniência do distrito e chegava a pousar no ombro dos moradores.

No vídeo, o morador faz um apelo direto pela preservação da fauna, ressaltando que os animais silvestres têm papel essencial no equilíbrio ambiental.


Moradores relatam que a presença de animais silvestres sempre foi comum na região, com convivência pacífica com a população local. O que mudou não foi o comportamento dos bichos, mas o fluxo de pessoas. Aos fins de semana, o recanto registra grande movimentação, aglomeração e circulação intensa de frequentadores.

Conforme divulgado, a própria dinâmica do local dificulta a identificação de possíveis autores. Muita gente entrando e saindo, pouco controle e quase nenhuma fiscalização.

A Polícia Civil está investigando os fatos. O delegado esteve no Recanto Nuara nesta quinta-feira para dar início às diligências. Até agora, não há informações sobre suspeitos identificados.

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