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Interior

Natal em Sidrolândia é marcado pela preocupação de funcionários do Nutrishopping

Ana Maria Assis | 25/12/2010 13:57
População que acompanhou tragédia em Sidrolândia comenta hoje sobre prejuízos para o município. Foto: João Garrigó
População que acompanhou tragédia em Sidrolândia comenta hoje sobre prejuízos para o município. Foto: João Garrigó

Um dia após o incêndio que destruiu o centro comercial Nutrishopping, em Sidrolândia, funcionários das lojas e do supermercado, além de moradores da cidade, comentam os prejuízos deixados ao município e a preocupação de quem trabalhava no local. O Nutrishopping é considerado um dos maiores centros comerciais da cidade. Embora as chamas tenham devastado todo o local destruindo tudo, mercadoria e estrutura, funcionários e clientes conseguiram fugir do incêndio e não houve ferido.

Localizada a 71 km da Capital, Sidrolândia não tem grupamento do Corpo dos Bombeiros. Quatro viaturas foram enviadas de Campo Grande para a cidade e, além disso, caminhões pipa de fazendas ajudaram a combater o fogo. Uma funcionária que trabalha há mais de dez anos no Nutrishopping conversou com o Campo Grande News nesta tarde de Natal, dizendo que a data está sendo comemorada em meio a preocupações.

Segundo moradores de Sidrolândia, a aparência do centro comercial, que até a manhã de ontem era um dos mais procurados para as compras de Natal, é de destruição. “A única maneira de recuperar vai ser derrubar e fazer outro”, disse um rapaz.

Já a funcionária do centro, afirmou que a filha de Dalto Pavei, dono do estabelecimento, já chegou a tranqüilizar os funcionários, afirmando que ele encontrará uma solução para amenizar os prejuízos. Na cidade, comentam que Dalto “não vai deixar as pessoas na mão”. Segundo um morador do município, o empresário chegou a ir até o local do incêndio e conversar com algumas pessoas, falando que vai fazer uma reunião com os funcionários para comunicar o que será feito e, ainda, vai ressarcir as pessoas que já haviam pagado as compras, mas ainda não haviam recebido o pacote com os produtos que acabaram destruídos pelo incêndio.

A funcionária da loja, afirmou que Pavei estava em Campo Grande quando o incêndio teve início. Segundo ela, o dono do estabelecimento chegou primeiro que o Corpo de Bombeiros que também partiu da Capital para Sidrolândia. “Quem sabe com esse acontecimento, as autoridades vão olhar pela nossa cidade, ver que Sidrolândia cresceu e precisa de uma guarnição do Corpo de Bombeiros”, disse ela.

A informação é de que o dono do centro comercial vai fazer uma reunião com os funcionários na segunda-feira (27), às 9h. Dalto Pavei, 49 anos, é também proprietário de uma loja de materiais de construção e outros imóveis. Segundo a funcionária que trabalha há mais de uma década com o empresário, “ele é um homem muito inteligente”. “Eu acredito no Dalto Pavei, na família dele. Nada acontece por acaso, e eles vão saber resolver a situação da melhor forma”. Segundo informações, quase 90 funcionários trabalham na Nutrishopping.

Preocupação

A funcionária, que prefere não ser identificada, conta ao Campo Grande News que mesmo com a confiança em Deus, a família fica preocupada com o emprego que dá sustento a casa. Ela tem uma filha que faz faculdade e um neto, a principal renda da casa é o salário dela, pois é viúva. “A gente fica preocupada porque tem uma vida, um compromisso. São 11 anos que trabalho lá e sempre pude contar com esse dinheiro, nunca recebi meu salário atrasado”, conta a trabalhadora.

Chocada, ela descreve o momento em que estava trabalhando e percebeu as chamas. “De repente desmoronou tudo. De uma forma muito rápida. Pegou fogo no estoque de papel higiênico, nas fraudas. Foi uma confusão, saímos de lá correndo e ficamos vendo tudo de fora”.

Ela contou também, dos detalhes que lembrava enquanto o incêndio tomava conta do local. “Eu ajudava a fazer as compras para a loja. Comecei a lembrar de cada coisa que compramos. Tudo o que construímos em mais de dez anos. Tudo foi pelos ares”.

Para a funcionária, o prejuízo é de toda Sidrolândia. “Os outros funcionários também dependiam muito do que ganhavam ali, pagam aluguel. Esse Natal foi um Natal pesado para nós e para a famíli Nutrishopping. É uma perda para toda a cidade”.

A equipe do Campo Grande News tentou entrar em contato com a família Pavei em diversos telefones celulares, no entanto ninguém atendeu. Uma amiga da família comentou que, pelo que soube, eles querem evitar falar do assunto neste Natal.

(Com a colaboração de Thiago Dal Moro de Sidrolândia)

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