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Interior

Nova Andradina tem protesto contra violência após assassinato de diretor

Francisco Júnior | 29/06/2012 10:08
Protesto foi feito em frente da Câmara Municipal. (Nova News)
Protesto foi feito em frente da Câmara Municipal. (Nova News)

Cerca de 500 pessoas participaram de um protesto contra a violência, após a morte do professor Delmiro Salvione Bonin, de 55 anos, assassinado a tiros na tarde de ontem (28), em Nova Andradina, por um estudante de 16 anos. A manifestação foi feita em frente à Câmara Municipal.

Com palavras de ordem e depoimento de amigos e pessoas da família, todos manifestaram indignação pela morte do diretor. "Não é justo termos que conviver e tentar mostrar caminhos do bem para delinquentes que já carregam uma extensa fixa criminal. Esse assassino frio e calculista já tentou contra a vida de outra pessoa na mesma escola", denunciou um dos manifestantes.

Segundo o site Nova News, moradores do distrito que participavam do protesto afirmaram que a escola foi obrigada a aceitar o estudante suspeito de assassinar o professor. Em março deste ano, há um registro policial envolvendo o jovem: à época, segundo as informações da Polícia, ele tentou matar um adolescente de 17 anos.

"Fomos obrigados a aceitar ele novamente na escola e, mesmo colocando nossa própria vida em risco, poderíamos ser punidos pela Justiça se tivéssemos negado o direito dele estudar", desabafou uma professora.

Revoltada, outra educadora disse que "não é justo um professor ganhar um salário de miséria para conviver com delinquentes". "Temos prazer em dar aula. Essa é a nossa profissão escolhida. 99% dos nossos alunos são filhos de pessoas de bem, mas sabemos de alguns maus elementos. Eles veem na escola um refugio para fugir de seus problemas e estão ali causando risco para professores e alunos", protestou.

Com medo de represálias, os participantes do protesto que concederam entrevista não quiseram divulgar seus nomes.

A Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul) divulgou uma nota de solidariedade a família do diretor.

Conforme o comunicado, a direção da federação se solidariza com a família e amigos do professor. Repudia qualquer ato de violência nas escolas públicas e reafirma a necessidade da implantação de políticas públicas mais eficazes.

“Acreditamos que a violência escolar tenha vários motivos entre eles os problemas sociais, alunos desmotivados, com uma visão negativa da escola, a falta de responsabilidade social, de punições individuais e políticas educacionais que não levam em consideração as realidades locais dos professores, alunos e pais”, informa direção da federação.

Na nota a direção ressalta ainda que a “ violência é um problema social que está presente nas ações dentro das escolas, e se manifesta de diversas formas entre todos os envolvidos no processo educativo. Isso não deveria acontecer, pois escola é lugar de formação da ética e da cidadania dos sujeitos ali inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais funcionários”.

Crime - Delmiro foi morto por volta das 16h30. Ele, outros funcionários do colégio e alunos seguiam para o ônibus que faz o transporte entre a escola e a área urbana. Delmiro esqueceu algum objeto e voltou para buscar. Neste momento ele foi alvejado.

O diretor foi socorrido para o hospital Cassems, onde morreu. Até o início da manhã desta sexta-feira o estudante não havia sido localizado.

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